26 de abril de 2025 às 17:06
Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica inicia uma nova etapa de sua história em meio a grandes tensões internas e profundas transformações globais.
O próximo pontífice herdará uma instituição polarizada, marcada por disputas entre conservadores e progressistas, e precisará encontrar caminhos para a reunificação sem abrir mão do legado de abertura deixado por Francisco.
Além disso, terá o desafio de equilibrar a continuidade das reformas internas — como a inclusão de mulheres em cargos de liderança — com a necessidade de manter a credibilidade diante das crescentes denúncias de abusos e da perda de fiéis em regiões tradicionais.
No cenário externo, a missão será igualmente complexa. O novo Papa terá que reafirmar a presença moral católica diante das grandes crises globais, como guerras, migrações forçadas e mudanças climáticas.
Mais do que nunca, o pontífice precisará manter um delicado equilíbrio entre a liderança espiritual e a atuação política, sem perder a capacidade de dialogar com um mundo cada vez mais dividido.
"O Papa é chamado a ser a voz do Evangelho no meio de um mundo que grita por justiça, paz e esperança. Silenciar-se diante disso seria trair a sua missão", diz Frei David Santos, diretor executivo da EDUCAFRO Brasil.
A queda no número de fiéis na Europa e nas Américas, aliada ao crescimento do catolicismo na África e na Ásia, também exigirá atenção, de acordo com Paulo Raphael Oliv. Andrade, professor de Filosofia e Teologia da PUC-SP.
Além disso, embora exista pressão para que o novo pontífice priorize questões espirituais, ele não poderá se omitir em relação a grandes crises globais, especialmente os conflitos armados.
Sobre a postura política do futuro Papa, há também uma outra questão: os especialistas são unânimes em dizer que é impossível a neutralidade total.