5 de maio de 2025 às 15:50
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite deste domingo, 4, que uma tarifa de 100% será aplicada a todos os filmes feitos fora do país.
Trump afirmou que deu instruções ao Departamento do Comércio e o Representante Comercial (USTR, na sigla em inglês) para estabelecer essa medida, alegando que a indústria cinematográfica dos EUA está sofrendo um declínio acelerado.
Segundo o presidente, a situação é resultado dos incentivos oferecidos por outras nações para atrair cineastas e estúdios de Hollywood.
"Trata-se de uma colaboração entre outros países, o que representa uma ameaça à Segurança Nacional", disse Trump em postagem na plataforma Truth Social.
Ainda não está claro como a tarifa proposta por Trump seria aplicada, considerando que filmes são considerados propriedade intelectual, e não bens tangíveis, o que implica que não estão sujeitos a tarifas, mas sim a direitos autorais.
O USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA) observa que alguns serviços podem enfrentar barreiras comerciais não tarifárias, como regulamentações e incentivos fiscais, que podem prejudicar a produção cinematográfica americana.
Muitas cidades no exterior têm oferecido incentivos fiscais significativos para atrair estúdios de cinema e televisão, o que resultou na migração de produções para locais como Toronto e Dublin.
Em resposta, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, sugeriu um crédito fiscal substancial para tentar trazer as produções de volta a Hollywood.
Apesar de Hollywood não estar à beira da falência, a indústria de cinema nos EUA enfrenta desafios, com a queda nas bilheteiras desde a pandemia e a mudança de comportamento dos consumidores, que preferem assistir filmes em serviços de streaming no conforto de suas casas.
Em 2018, a bilheteira dos EUA alcançou quase US$ 12 bilhões, mas esse número despencou para pouco mais de US$ 2 bilhões em 2020, quando os cinemas foram fechados por conta da pandemia da covid-19.
Embora os cinemas tenham começado a se recuperar, o número de lançamentos é aproximadamente metade do que era em 2019, e a bilheteira doméstica não ultrapassa os US$ 9 bilhões desde então.
Do lado do streaming, a maioria dos serviços ainda não gerou lucro significativo, com exceção da Netflix.