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"Gelato não, sorvete": o plano da Rochinha para disputar o mercado premium

Isabela Rovaroto

12 de fevereiro de 2025 às 13:47

Rochinha Sorvetes/Divulgação

"Gelato não, sorvete." Lupércio Moraes, CEO da Rochinha Sorvetes, faz questão de evitar o termo italiano ao falar sobre o produto. Para ele, a cremosidade vinda do leite e do creme de leite não muda a essência da sobremesa, que em português é sorvete.

Sorvete com bons ingredientes segue sendo sorvete", diz. Para competir com marcas como Bacio di Latte e Borelli, a Rochinha teve que reformular não só sua receita, mas também suas lojas.

Rochinha Sorvetes/Divulgação

Com o conceito "Cremeria do Brasil", a marca quer crescer no interior e nos bairros mais sofisticados das capitais. A expectativa é repaginar as 25 lojas da rede e abrir mais cinco unidades esse ano com o novo modelo. O investimento inicial é de R$ 500 mil.

"Modernizamos porque o mercado pede, mas sem abrir mão da nossa essência. Somos brasileiros, somos o sorvete da memória afetiva do paulista", diz Moraes. "Vamos competir de igual para igual com as gelaterias".

Nuthawut Somsuk/Getty Images

A decisão da Rochinha vem em um momento de forte crescimento do setor. O número de franquias de sorvete no Brasil quase triplicou entre 2021 e 2024, segundo a ABF.

Em 2024, são 4.603 unidades espalhadas pelo país – um crescimento de 33% em relação ao ano anterior. O interior tem sido um motor dessa expansão: o número de lojas fora das capitais cresceu na mesma proporção desde 2021.

Crescer nesse mercado não é simples. Além da concorrência com redes artesanais e importadas, a própria mudança no comportamento do consumidor exige adaptação.

Education Images/Universal Images Group/Getty Images

A Rochinha quer se posicionar como a Ben & Jerry’s brasileira. A marca de sorvetes da Unilever se destaca pela combinação de qualidade, identidade própria e um modelo de produção centralizado na fábrica, sem finalização na loja.

Foto/Divulgação

No Brasil, as gelaterias finalizam a produção dos sorvetes nas lojas. Bacio di Latte, que já soma mais de 200 unidades próprias e faturamento de R$ 1 bilhão, é um exemplo.

Gelato Borelli/Divulgação

A Borelli, com mais de 200 lojas franquias e R$ 300 milhões em faturamento, também finaliza seus produtos nas lojas.

Rochinha Sorvetes/Divulgação

A Rochinha conta com uma fábrica com capacidade para produzir 5 milhões de litros por ano em São José dos Campos, garantindo o abastecimento das lojas e franquias. Em 2025, a marca pretende abrir cinco novas unidades dentro do plano de expansão.

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