Yamar: nova unidade ocupará um terreno de aproximadamente 140 mil m², três vezes maior do que a área atual das fábricas em Indaiatuba. (Yanmar/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 31 de julho de 2025 às 09h01.
A Yanmar, multinacional japonesa fabricante de máquinas agrícolas, investirá R$ 280 milhões em uma nova fábrica no Distrito Industrial de Indaiatuba (SP). O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 31.
O projeto será desenvolvido em três fases: a primeira começará com a produção em 2027; a segunda, em 2029, ampliará a produção de tratores e expandirá o centro de distribuição de peças de reposição; e a terceira fase, prevista para 2030, incluirá a transferência das operações administrativas e de estoque.
Com a nova planta, a empresa prevê um aumento na produção de tratores, passando de 5.000 para 7.000 unidades por ano. As obras devem começar ainda em 2025.
Nos primeiros seis meses de 2025, a indústria de máquinas vendeu R$ 33,19 bilhões, com 27.415 tratores e colheitadeiras, 15,4% acima do mesmo período de 2024, quando foram registradas 23.756 unidades, com um crescimento maior no mercado interno, segundo dados da Associação Brasileira de Máquinas Agrícolas (Abimaq).
Apesar do cenário de juros altos, com a Selic a 15% ao ano, o que eleva o custo do crédito e encarece os financiamentos para o setor agrícola, a Yanmar mantém a confiança no mercado.
Wagner Santaniello, gerente de Inovação e Marketing da Yanmar South America, acredita que o mercado está aquecido e aposta no pequeno e médio produtor.
"Ainda há muito espaço para mecanização no setor do pequeno agricultor, o que está gerando uma demanda crescente de investimentos. Eles precisam aumentar a produção e a produtividade, e a mecanização é essencial para isso", afirma Santaniello.
Cerca de 60% da base de clientes da empresa é composta por agricultores familiares, enquanto 40% são pequenos e médios produtores rurais. Em 2024, a Yanmar alcançou um market share de 11% no mercado de tratores agrícolas, consolidando-se na 5ª posição no setor, comparado ao ano anterior.
Embora não revele os números oficiais de faturamento no Brasil, a empresa afirma que registrou um crescimento de 15%. No país, a Yanmar conta com quatro unidades de negócios e mais de 400 revendedores autorizados.
"Temos crescido consistentemente no Brasil, liderando há seis anos as vendas de miniescavadeiras e conquistando uma boa participação no mercado de tratores a cada ano", afirma Santaniello.
No atual Plano Safra 2025/26, o governo aumentou o limite para a compra de máquinas e equipamentos de até R$ 50 mil para R$ 100 mil, mantendo a taxa de juros em 2,5%. Para máquinas de maior valor, com preço de até R$ 250 mil, a taxa de juros será de 5%.
A decisão de construir a nova unidade foi impulsionada pelo crescimento contínuo da demanda por tratores agrícolas, miniescavadeiras, colheitadeiras, motores e peças de reposição, o que exige mais espaço e uma estrutura aprimorada para atender a essas necessidades.
De acordo com Santaniello, com a nova planta, as operações serão centralizadas em um único local.
Atualmente, em Indaiatuba, a companhia opera em duas áreas distintas. A primeira é uma unidade fabril no Distrito Industrial, enquanto a segunda, situada quase no centro da cidade, é voltada para a logística.
Nesta última, a produção é realizada, checada e despachada para a outra unidade, que se encarrega do envio aos clientes finais. A parte de peças de reposição também está localizada nesse local.
"Em 2027, a primeira fase da nova unidade estará completamente integrada, com produção e despacho no mesmo local. Em 2029, todo o departamento de peças será transferido para lá. E, em 2030, a parte administrativa também será deslocada, completando as três fases do projeto", afirma.
A área de Inovação é uma novidade dentro da empresa. Até então, Santaniello atuava como engenheiro de qualidade, e a ideia de criar um setor dedicado ao desenvolvimento de novos produtos e soluções está alinhada à estratégia da companhia de atuar segundo as necessidades do cliente.
"Este é um movimento estratégico da empresa, que busca novas linhas de negócios baseadas nas necessidades dos clientes. A ideia é nos aproximarmos ainda mais do cliente final", explica.
A nova unidade ocupará um terreno de aproximadamente 140 mil m², três vezes maior do que a área atual das fábricas em Indaiatuba.