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Inpasa recebe certificação internacional e avança no mercado de SAF

Inicialmente concedida à unidade de Dourados (MS), a certificação já abrange todas as plantas da companhia

Biorrefinaria de Dourados (MS): meta da Inpasa é estar presente em toda a cadeia de produção do etanol e criar valor para os subprodutos do processo, diz Jose Lopes, CEO da Inpasa. (Inpasa/Divulgação)

Biorrefinaria de Dourados (MS): meta da Inpasa é estar presente em toda a cadeia de produção do etanol e criar valor para os subprodutos do processo, diz Jose Lopes, CEO da Inpasa. (Inpasa/Divulgação)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 29 de maio de 2025 às 11h33.

Última atualização em 29 de maio de 2025 às 14h21.

A produtora de etanol de grãos Inpasa poderá fornecer matérias-primas para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). No último dia 23, a empresa recebeu a certificação internacional ISCC CORSIA, reconhecida pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), que habilita a companhia a atuar no setor.

Inicialmente concedida à unidade de Dourados (MS), a certificação já abrange todas as plantas da companhia, que agora estão aptas a fornecer etanol e Technical Corn Oil (TCO), um resíduo do processo de produção do biocombustível que tem papel fundamental em outras tecnologias de conversão para SAF. A companhia tem capacidade para produzir 846 mil quilos por dia (305 mil toneladas por ano) do TCO. 

“A certificação marca um novo patamar de credibilidade internacional. Estamos antecipando tendências, investindo em tecnologias e contribuindo com uma matriz energética mais limpa”, diz Christopher Davies Junior, diretor de Sustentabilidade da Inpasa.

Segundo José Odvar Lopes, CEO da empresa, a meta da Inpasa é estar presente em toda a cadeia de produção do etanol e criar valor para os subprodutos do processo, em um momento em que o Brasil e o mundo buscam alternativas para se descarbonizar.

Com uma produção diária de aproximadamente 16 milhões de litros de etanol – o equivalente a 5,8 bilhões de litros ao ano –, a Inpasa responde por cerca de 17% da produção nacional do biocombustível, segundo dados da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM) e da Sociedade de Consultoria em Agronegócio (SCA Brasil).

A companhia desembarcou no Brasil em 2019, vinda do vizinho Paraguai. Abriu a primeira fábrica em Sinop, em Mato Grosso. Com essa unidade, já são cinco usinas país afora — em 2026, mais uma biorrefinaria, de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, ficará pronta.

A expectativa é de que a empresa alcance 20% da produção nacional com todas as unidades operando em plena capacidade, consolidando-se como um dos principais fornecedores globais para o SAF.

“Nossa operação baseia-se principalmente em matérias-primas de segunda safra, como milho e sorgo, sem competição com a produção de alimentos e sem mudanças no uso do solo”, afirma Davies Junior.

Investimentos e expansão

Em 2024, a Inpasa alcançou receita bruta de R$ 14,9 bilhões e realizou investimentos da ordem de R$ 4,9 bilhões, destinados principalmente à ampliação da capacidade produtiva.

Entre os principais avanços estão as fases 3 e 4 da planta de Sinop, atualmente a maior unidade produtora de etanol de grãos do mundo, além da construção da fábrica em Sidrolândia (MS), a unidade de Balsas (MA), inaugurada no início de 2025, e a chegada em Luis Eduardo Magalhães (BA).

Em Sinop, a unidade industrial tem a maior produção de etanol de milho do mundo: mais de 4,6 milhões de toneladas do cereal e 2,1 bilhões de litros do biocombustível.

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