Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 25 de julho de 2025 às 12h06.
Os preços de alimentação e bebidas caíram 0,06% em julho, segundo a prévia da inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgada nesta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o segundo recuo consecutivo nessa categoria dentro do indicador.
Nos primeiros 15 dias de julho, o IPCA-15 subiu 0,33%, após um aumento de 0,26% em junho. Em julho de 2024, o indicador havia subido 0,30%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou 5,30% em julho, ligeiramente superior aos 5,27% registrados em junho.
Segundo o IBGE, a queda nos preços de alimentação no domicílio foi mais acentuada de junho para julho, passando de -0,24% para -0,40%. O resultado foi impulsionado pela redução nos preços da batata-inglesa (-10,48%), cebola (-9,08%) e arroz (-2,69%).
Por outro lado, o preço do tomate voltou a subir, com uma alta de 6,39% em julho, após uma queda de 7,24% em junho.
Em relação à batata, a maior oferta do tubérculo reduziu os preços no atacado, segundo o Cepea da Esalq-USP.
O plantio começou em fevereiro e terminou em junho, com um adiantamento de cerca de 5% em relação ao ciclo normal, que costuma terminar em julho – 60% dos plantios ocorreram entre março e abril.
As colheitas começaram em maio e devem terminar em outubro. Com o plantio adiantado, a safra deve ser concluída mais cedo, não em novembro, como de costume.
Com o clima favorável, a perspectiva é de que os preços da batata sigam em queda nos próximos meses, já que se espera aumento na produtividade. A média de rendimento no campo está estimada em cerca de 40 toneladas por hectare até o momento.
"A tendência é de quedas mais expressivas, já que a safra de inverno está apenas no início. Os picos de produtividade e de área colhida devem ser atingidos entre agosto e setembro", afirma o HFBrasil.
Os preços da cebola caíram 9,08% na primeira quinzena de julho, reflexo também de um aumento na oferta.
De acordo com a HF Brasil, as produtividades em Divinolândia e São José do Rio Pardo, grandes regiões produtoras, estão em crescimento. Além disso, com a entrada mais robusta de Monte Alto (SP) no mercado, a oferta paulista deve continuar em alta.
O arroz, um dos principais alimentos da mesa dos brasileiros, teve uma queda de 2,69%. Esse recuo está relacionado ao aumento na produção nacional, impulsionado por incentivos do governo federal, boas condições climáticas e a recuperação da colheita no Rio Grande do Sul, que no ano passado enfrentou enchentes.
O grão liderou a queda da cesta básica em junho, registrando uma redução de 3,23% em relação a maio, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Em 12 meses, o preço do arroz, que foi um dos maiores vilões para as famílias em 2024, apresentou uma queda de 16,78%.