Café: Brasil obteve o maior valor da história com embarques do produto nos 12 meses do ano safra 2024/25 (Enrique Alves/EMBRAPA/Divulgação)
Redator
Publicado em 16 de julho de 2025 às 17h39.
O relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apontou que o Brasil obteve o maior valor da história com embarques do produto nos 12 meses do ano safra 2024/25. As remessas ao exterior renderam US$ 14,728 bilhões, um avanço de 49,5% na comparação com o recorde anterior, alcançado entre julho de 2023 e o final de junho de 2024.
Segundo a entidade, o faturamento recorde se deve à inflação do produto causada, sobretudo, por eventos climáticos. "Os preços, principalmente no segundo semestre de 2024, foram bastante impulsionados por menores potenciais produtivos nos principais produtores mundiais, fato que se observou ao longo de praticamente os últimos cinco anos, quando extremos climáticos afetaram cafezais de Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia", disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira. "Isso proporcionou uma elevação significativa no valor do café."
No período, o Brasil exportou um volume de 45,589 milhões de sacas de 60 kg – equivalentes a 152.938 contêineres – de todos os tipos de café, a 115 países. Esse valor representa queda de 3,9% em relação aos 47,455 milhões embarcados nos 12 meses do ciclo anterior. Em volume, foi o terceiro melhor desempenho na história, atrás apenas da safra anterior e da 2020/21.
"A terceira marca na história das exportações brasileiras de café é significativa, uma vez que foi alcançada diante de conflitos geopolíticos, que geram ainda mais desafios na logística comercial em todo o mundo, e de um cenário de infraestrutura defasada nos portos do Brasil, que geram sucessivos atrasos e alterações de escala", apontou Ferreira.
Somente em junho, o país exportou 2,606 milhões de sacas e obteve receita cambial de US$ 1,030 bilhão. A performance elevou os embarques brasileiros de café para 19,411 milhões de sacas no primeiro semestre de 2025, gerando US$ 7,519 bilhões de receitas ao Brasil.
Os Estados Unidos lideraram o ranking dos principais parceiros comerciais dos cafés do Brasil entre julho de 2024 e junho deste ano, adquirindo 7,468 milhões de sacas. Esse volume representa uma alta de 5,65% na comparação com o mesmo período na temporada anterior, e corresponde a 16,4% das exportações totais de café do país.
A Alemanha, com uma fatia de 14,3%, adquiriu 6,526 milhões de sacas (+0,25%) e ocupou o segundo lugar no ranking de destinos do café brasileiro. A Itália, com a importação de 3,554 milhões de sacas (-5,96%), aparece na segunda posição, seguida de Bélgica, com 3,088 milhões de sacas (-21,2%); e Japão, com 2,293 milhões de sacas (-7,38%).
Nos 12 meses da safra 2024/25, o café arábica foi a espécie mais exportada pelo Brasil, com o envio de 34,808 milhões de sacas ao exterior. Esse montante equivale a 76,4% do total e representa uma queda de 1,9% frente a igual intervalo antecedente.
Em segundo lugar aparece a espécie canéfora (conilon + robusta), com 6,572 milhões de sacas remetidas para fora do país. Esse produto registrou declínio de 20,3% na comparação com a temporada 2023/24, mas correspondeu a 14,4% das exportações totais.
Na sequência, aparecem os segmentos do café solúvel, com 4,152 milhões de sacas, alta de 12,6% frente à temporada anterior, e fatia de 9,1% do total; e do produto torrado e torrado e moído, com 56.862 sacas (+21,3% e 0,1% de representatividade).
Já os cafés especiais, que têm certificados de práticas sustentáveis ou qualidade superior, responderam por 19,5% das exportações totais brasileiras no ano safra 2024/25, com a remessa de 8,907 milhões de sacas ao exterior. Esse volume é 1,2% superior ao aferido no acumulado da safra anterior, de julho de 2024 a junho de 2024.