Carne brasileira nos EUA: vendas aos EUA aumentaram 64% em volume e 53,8% em valor em relação a 2024, alcançando 95% do total exportado em todo o ano passado, diz Abiec (Freepik/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 11h48.
Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 12h04.
Em setembro, as exportações de carne bovina do Brasil cresceram 31% em relação ao mesmo mês de 2024, totalizando 352 mil toneladas. A receita aumentou 18%, alcançando US$ 1,9 bilhão — resultado que representa o melhor desempenho mensal da série histórica iniciada em 1997, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e divulgados nesta quarta-feira, 8.
“O Brasil segue ampliando sua presença internacional de forma consistente, resultado da diversificação dos embarques e do trabalho conjunto com o governo na busca por novas habilitações e oportunidades comerciais”, afirma Roberto Perosa, presidente da Abiec.
No mês passado, a China manteve-se como o principal destino, com 190,5 mil toneladas (US$ 1,06 bilhão), o equivalente a mais da metade do total exportado. Em seguida, aparecem a União Europeia (15,4 mil t; US$ 132,7 milhões) e o México (13,2 mil t; US$ 73,4 milhões). Com as tarifas, os Estados Unidos caíram para o quarto lugar em setembro, com 9,9 mil toneladas.
A maior parte dos embarques do mês foi composta por carne in natura, que representou 89,37% do total, somando 314 mil toneladas.
De janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou 2,44 milhões de toneladas de carne bovina, alta de 16% em relação ao mesmo período de 2024. A receita totalizou US$ 12,4 bilhões, aumento de 35% em relação ao ano passado.
No ano inteiro de 2024, o Brasil exportou 2,89 milhões de toneladas, com faturamento de US$ 12,8 bilhões.
No acumulado de janeiro a setembro, os Estados Unidos seguem como o segundo principal destino das exportações brasileiras de carne bovina em 2025.
Até setembro, o país importou 218,9 mil toneladas da proteína, volume 64,6% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Em receita, o crescimento foi de 54% nos nove primeiros meses do ano, alcançando US$ 1,3 bilhão, segundo a Abiec.
Para Fernando Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, as compras expressivas dos EUA ocorreram principalmente no primeiro semestre, antes da implementação das taxas pelo presidente Donald Trump.
“Temos um histórico de vendas no primeiro semestre que foi muito intenso, e isso eleva o resultado dos Estados Unidos na totalidade do ano. O que pesa são os dados anteriores ao tarifaço”, afirma Iglesias.
Segundo a Abiec, a China continua como o principal destino das exportações brasileiras, com 1,15 milhão de toneladas embarcadas e US$ 6,06 bilhões em receita, representando 47% do volume e 49% do valor total exportado.
Na sequência aparecem os Estados Unidos (218,9 mil t; US$ 1,3 bilhão), México (94,1 mil t; US$ 513,1 milhões), Chile (91,7 mil t; US$ 497,8 milhões) e Rússia (85 mil t; US$ 364,9 milhões).