Agroterrorismo: contrabandista queria estudar fungo na Universidade de Michigan ( Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 4 de junho de 2025 às 11h34.
Última atualização em 4 de junho de 2025 às 11h44.
Dois cidadãos chineses foram formalmente acusados de tentar contrabandear para os Estados Unidos um fungo classificado pelas autoridades como um "patógeno biológico perigoso", com potencial de ser usado como arma de agroterrorismo. A denúncia, divulgada nesta terça-feira pelo Departamento de Justiça, envolve Yunqing Jian, de 33 anos, e Zunyong Liu, de 34, ambos residentes no estado de Michigan.
De acordo com a rede televisiva inglesa BBC, Liu tentou trazer o fungo Fusarium graminearum pelo aeroporto de Detroit com o objetivo de estudá-lo em um laboratório da Universidade de Michigan, onde sua namorada, Yunqing Jian, já atuava como pesquisadora. O casal foi indiciado por conspiração, contrabando, declarações falsas e fraude de visto.
O Fusarium graminearum é responsável por doenças em lavouras de trigo, cevada, milho e arroz, podendo causar prejuízos bilionários à agricultura. O fungo também representa risco à saúde humana, provocando vômitos e danos ao fígado caso contamine alimentos. De acordo com o Ministério Público, ele é descrito na literatura científica como uma "arma potencial de agroterrorismo".
A procuradoria afirma ainda que Yunqing Jian teria recebido financiamento do governo chinês para pesquisas com o patógeno e que ela é filiada ao Partido Comunista Chinês. A ligação com autoridades chinesas levanta suspeitas de que a tentativa de entrada do fungo nos EUA poderia ter implicações maiores.
"Esses dois estrangeiros foram acusados de trazer para o coração agrícola dos Estados Unidos um fungo descrito como arma potencial de agroterrorismo", afirmou Jerome F. Gorgon Jr., procurador do Distrito Leste de Michigan. — Trata-se de uma grave preocupação de segurança nacional.
A investigação é conduzida em parceria entre o FBI e a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Jian deve comparecer à Corte Federal em Detroit ainda nesta semana. A Universidade de Michigan e a Embaixada da China em Washington foram procuradas pela imprensa, mas não se manifestaram.