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Com agro no pacote, Indonésia prepara acordo de US$ 34 bilhões com EUA

Tentando fugir de acordo semelhante ao do Vietnã, Indonésia estende conversas com EUA e deve assinar tratado dois dias antes do prazo final

Indonésia: ministro da Economia afirmou que o acordo será assinado no dia 7 de julho. (Circle Creative Studio/Getty Images)

Indonésia: ministro da Economia afirmou que o acordo será assinado no dia 7 de julho. (Circle Creative Studio/Getty Images)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 3 de julho de 2025 às 10h53.

Última atualização em 3 de julho de 2025 às 11h17.

A Indonésia deve formalizar, na próxima semana, um acordo comercial estimado em US$ 34 bilhões com parceiros dos Estados Unidos. A conversa é vista como uma tentativa de avançar nas negociações comerciais com Trump antes do prazo limite estabelecido até 9 de julho.

A informação foi confirmada nesta quinta-feira, 3, pelo ministro-chefe da Economia, Airlangga Hartarto, à Reuters.

O pacote inclui o aumento das importações indonésias de combustíveis norte-americanos, além de investimentos de empresas do país asiático nos setores de energia e agricultura nos EUA. O país asiático é o maior produtor global de óleo de palma.

Paralelamente, a companhia aérea estatal Garuda Indonesia está em conversas para comprar até 75 aeronaves da Boeing, incluindo modelos 737 Max 8 e 787, segundo o CEO Wamildan Tsani, após um encontro com Airlangga.

Atualmente, a Indonésia enfrenta tarifas de 32% e já havia se comprometido a ampliar compras de produtos dos Estados Unidos como forma de voltar a dialogar comercialmente com Trump.

Em 2024, o país registrou superávit de US$ 17,9 bilhões na balança de bens com os EUA, de acordo com dados do Escritório do Representante de Comércio norte-americano apurados pela agência internacional.

Corrida contra o prazo final

Airlangga afirmou que o memorando de entendimento, previsto para ser assinado em 7 de julho dois dias antes do prazo vai direcionar US$ 34 bilhões para novas compras e investimentos indonésios em solo americano. 

“Isso demonstra que governo, reguladores, empresas estatais e setor privado estão unidos para enfrentar as tarifas recíprocas impostas pelos EUA”, declarou o ministro.

Segundo ele, o objetivo é reduzir o desequilíbrio comercial com os americanos e garantir um acordo mais vantajoso do que aquele firmado entre os EUA e o Vietnã.

Nesta semana, Washington anunciou que aplicará tarifas de 20% sobre várias exportações vietnamitas, abaixo do percentual de 46% que havia sido inicialmente divulgado pelo republicano em abril.

Ainda não está claro se as negociações da Garuda com a Boeing estão diretamente vinculadas às discussões tarifárias, segundo a reportagem.

A companhia aérea, que busca se reerguer dos impactos da pandemia, conseguiu em junho um empréstimo de US$ 405 milhões junto ao fundo soberano Danantara Indonesia, destinado a manutenção, reparos e revisões de sua frota.

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