Gripe aviária: Dados do Mapa mostram que, nos últimos dois anos, 165 casos de gripe aviária foram confirmados em aves silvestres no Brasil. (Freepik/Freepik)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 27 de maio de 2025 às 15h53.
Última atualização em 27 de maio de 2025 às 15h58.
Os casos de gripe aviária confirmados em aves silvestres em Minas Gerais nesta terça-feira, 27, não alteram a contagem de 28 dias para que o Brasil se autodeclare livre da doença e possa retomar as exportações.
Segundo Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), “a restrição comercial somente se aplica em foco em granja comercial”.
Nesse sentido, caso não haja nenhum novo caso de gripe aviária confirmado em um estabelecimento comercial nos próximos dias, o Brasil pode se autodeclarar livre da doença e retomar os embarques de frango e de produtos avícolas.
Dados do Mapa mostram que, nos últimos dois anos, 165 casos de gripe aviária foram confirmados em aves silvestres no Brasil.
No último dia 19, o Mapa confirmou um caso da doença na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Com isso, até o momento, 19 países e a União Europeia — formada por 27 nações — suspenderam as aquisições da proteína e de subprodutos de aves de todo o Brasil.
Outros 16 mercados fecharam para o Rio Grande do Sul, e dois impuseram restrições específicas ao município gaúcho de Montenegro, onde está localizada a granja contaminada.
Nesta terça-feira, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária (PSD), afirmou que o foco de gripe aviária encontrado em uma granja comercial em Montenegro está contido.
O ministro disse não ter dúvida de que o Brasil vai se declarar livre da doença nos próximos 22 dias, a partir da desinfecção total do estabelecimento.
“Passados 15 dias desde a confirmação do foco, o sistema sanitário brasileiro funcionou. Ontem, estávamos com 21 casos em investigação e hoje estamos com 11. Duas granjas comerciais com suspeita da doença deram resultado negativo”, disse Fávaro durante audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado.
Segundo o ministro, apesar das suspensões das exportações, o Brasil conta com 120 países completamente abertos para o frango brasileiro. Ele acrescentou que 70% da produção nacional é consumida no mercado interno.
“Nossa expectativa é, após divulgarmos que o Brasil está livre, avançarmos na repactuação com todos os países que restringiram. Até lá, não é recomendável pedirmos algo para algum país”, disse.
Na segunda-feira, 26, o Mapa informou que o teste para gripe aviária no município de Ipumirim, em Santa Catarina, deu resultado negativo — o resultado era esperado pelo governo e pelo setor privado.
Durante a audiência no Senado, o ministro voltou a defender a criação de um fundo nacional para ajudar na indenização de produtores que tiveram perdas econômicas com crises e episódios sanitários, como o da gripe aviária.
Como esse instrumento está previsto em um projeto de lei que tramita no Congresso, o ministro pediu apoio aos senadores da Comissão de Agricultura.