Fávaro: "Há um indício muito forte de que conseguimos conter a doença com eficiência. Esse vírus é altamente letal. Em 4 ou 5 dias, não sobraria nenhum animal vivo. E não foi isso que aconteceu", afirmou o ministro. (Mapa)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 4 de junho de 2025 às 10h56.
Última atualização em 4 de junho de 2025 às 11h25.
O Brasil está em negociações com a China, a União Europeia e o México para flexibilizar as suspensões das importações de produtos avícolas. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estes países e o bloco econômico já iniciaram tratativas com o governo brasileiro.
"A China, a União Europeia e o México estão em negociações com o Brasil para que os bloqueios sejam restritos apenas ao Rio Grande do Sul. É provável que, antes mesmo do prazo de 28 dias, algum destes países reverta a decisão sobre as exportações", afirmou Fávaro, nesta quarta-feira, 4, durante coletiva.
Desde a confirmação de um caso de gripe aviária em Montenegro, no Rio Grande do Sul, em meados de maio, diversos países suspenderam as importações de carne de frango e derivados do Brasil, seguindo o protocolo de orientação sobre a doença.
Segundo o Mapa, 21 países e a União Europeia suspenderam totalmente as importações de produtos avícolas do Brasil, enquanto 14 restringiram as suspensões apenas ao estado do Rio Grande do Sul e quatro a Montenegro.
O ministro afirmou que há indícios de que as negociações com a União Europeia possam ser favoráveis nos próximos dias. Segundo ele, o bloco europeu enviou um questionário ao Mapa para esclarecimentos.
Atualmente, o governo aguarda o cumprimento do prazo de 28 dias de vazio sanitário para, de forma incisiva, negociar com os parceiros comerciais a flexibilização das medidas de suspensão — o prazo final vai até 18 de junho.
"Há um indício muito forte de que conseguimos conter a doença com eficiência. Esse vírus é altamente letal. Em 4 ou 5 dias, não sobraria nenhum animal vivo. E não foi isso que aconteceu", afirmou o ministro.
Caso seja registrado um novo caso de gripe aviária em aves de granja comercial, o vazio sanitário será suspenso, e todo o processo protocolar sobre a doença será reiniciado.
O governo confirmou que investiga um novo caso da doença na cidade de Teutônia e em um frigorífico localizado na cidade de Westfália — ambos os municípios são vizinhos e ficam a cerca de 50 km de Montenegro.
Até o momento, o país soma 170 focos de gripe aviária, sendo 167 detectados em aves silvestres, três em animais de subsistência e uma granja de produção comercial, também em Montenegro.
Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) alterou seu entendimento sobre o alcance do surto de influenza aviária no Brasil, passando a reconhecer oficialmente que o caso está restrito à região de Montenegro, e não mais como um problema de âmbito nacional.
O governo do Distrito Federal confirmou, na terça-feira, 3, um caso do vírus da gripe aviária (H5N1) no Zoológico de Brasília.
O diagnóstico foi feito após a análise de um irerê, ave silvestre encontrada morta no parque no dia 28 de maio. O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-MAPA), em Campinas (SP), foi responsável pela confirmação.
Em resposta à situação, o Zoológico de Brasília permanecerá fechado até o dia 12 de junho, caso não sejam registrados novos casos. A decisão foi tomada em conjunto com o Ministério da Agricultura e segue o protocolo de contenção do vírus estabelecido para proteger a saúde pública e o meio ambiente.
A vigilância contínua será mantida até a data definida, segundo o governo local. A Secretaria de Agricultura (Seagri) esclareceu que não há risco para o consumo de carne de frango ou ovos inspecionados e recomendou cuidados à população.