Agroforum: De acordo com CFO, 60% da receita da Minerva provém da exportação, com a companhia atendendo mais de 100 países. (BTG PACTUAL/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 11h18.
Última atualização em 13 de agosto de 2025 às 14h00.
O impacto da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre a Minerva deve ser neutro. Segundo Edison Ticle, CFO da companhia, a Minerva tem a capacidade de redirecionar seus volumes exportados do Brasil para os EUA por meio de outros países, como Argentina, Paraguai e Uruguai.
"No caso da Argentina, temos uma relação muito próxima e positiva. Na margem, pode ser que até melhore em função das nossas boas relações comerciais com eles", afirmou o executivo durante o AgroForum do BTG (do mesmo grupo de controle da EXAME).
De acordo com Ticle, 60% da receita da Minerva provém da exportação, com a companhia atendendo mais de 100 países. A estratégia da Minerva, portanto, é redirecionar as exportações de carne desses mercados para os Estados Unidos.
"Temos uma grande capacidade operacional e flexibilidade, o que nos permite alocar os volumes do Brasil, que estavam destinados aos Estados Unidos, para outros mercados, como China, Chile, Oriente Médio e Europa", disse ele.
Em uma call com acionistas na semana passada, Ticle comentou que a estratégia adotada a partir do segundo trimestre deste ano foi mais vantajosa do que o esperado, permitindo que a empresa vendesse produtos a preços mais altos devido à nova tarifa de 50%.
“Estávamos observando aumentos nos preços da carne, mas com toda a confusão das tarifas, nossa decisão acabou se mostrando ainda mais acertada”, afirmou o executivo.
No primeiro semestre, a Minerva alocou R$ 1,7 bilhão em estoques nos EUA, aumentando o volume disponível de 34 dias de operação para cerca de 46 dias. De acordo com Ticle, a intenção da empresa é vender esses estoques ao longo dos próximos dois trimestres.
O lucro líquido da Minerva alcançou R$ 458,3 milhões no segundo trimestre, salto de 380% em relação aos R$ 95,4 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
O desempenho operacional, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), aumentou 75% na comparação anual, somando R$ 1,3 bilhão.