Exportação de carne: Brasil terá quotas para vender a países da Europa pelo acordo EFTA-Mercosul (Freepik)
Redatora
Publicado em 21 de setembro de 2025 às 06h59.
O preço da carne bovina nos Estados Unidos subiu mais de 50% desde 2020, segundo dados do Bureau of Labor Statistics, alcançando o maior patamar já registrado. O avanço pressiona restaurantes, supermercados e consumidores, que começam a reduzir a demanda.
O rebanho bovino americano está no menor nível em 75 anos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção deve cair 4% em 2025 e outros 2% em 2026, segundo reportagem da NPR. Entre os fatores estão secas prolongadas, aumento nos custos de ração e transporte de água, além de abates elevados em 2022.
Com menos animais disponíveis, os preços subiram. Importações também estão em queda: a carne bovina brasileira enfrenta tarifa de 76%, e o USDA restringiu a entrada de gado do México devido ao risco do parasita bicheira.
Apesar do valor recorde do gado, o repovoamento dos campos avança lentamente. Muitos produtores optam por vender novilhas para abate em vez de mantê-las para reprodução, já que os custos operacionais seguem elevados.
Como o ciclo de criação de vacas é longo, especialistas avaliam que a oferta de carne bovina seguirá limitada nos próximos anos.
O aumento atinge diretamente o setor de alimentação. Em Omaha, Nebraska, o preço de um hambúrguer subiu de US$ 8,95 antes da pandemia para US$ 11,95.
De acordo com a NPR, donos de lanchonetes relatam dificuldades em segurar os repasses aos consumidores, que estão mais cautelosos.
Supermercados também registram sinais de desaceleração. Segundo a empresa de pesquisa Circana, as compras de carne moída cresceram apenas 0,2% entre julho e agosto de 2025 - isso após anos de aumento contínuo.
Restaurantes do Texas e do Novo México relatam queda de até 5% no movimento por causa dos valores mais altos. Alguns estabelecimentos consideram reduzir a oferta de cortes como peito bovino até que os preços recuem.