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Produção de café cai no Brasil e IBGE prevê desafios na safra de 2025

Queda em agosto, segundo o órgão, aconteceu por conta da diminuição do rendimento médio, que também registrou redução de 1,4% em comparação ao mês anterior

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de setembro de 2025 às 12h31.

Última atualização em 11 de setembro de 2025 às 14h14.

A produção brasileira de café caiu 1,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que estimou a produção total em 56,8 milhões de sacas de 60 kg nesta quinta-feira, 11.

A queda, diz o órgão, aconteceu em função da diminuição do rendimento médio, que também registrou redução de 1,4% em comparação ao mês anterior.

A estimativa da produção de café reflete uma revisão para baixo, enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) manteve uma projeção de crescimento de 1,8% em relação ao ano passado.

A produção de café arábica, a principal espécie cultivada no Brasil, foi estimada em 37 milhões de sacas, queda de 1,6% em comparação ao mês anterior. O declínio é resultado de uma redução de 1,7% no rendimento médio.

Segundo o IBGE, a "bienalidade negativa da espécie é um fator natural que contribui para o decréscimo, já que, nos anos ímpares, o café arábica tende a produzir menos". A bienalidade negativa no café é um fenômeno que ocorre por causa alternância natural na produção da planta, onde um ano de alta produção é seguido por um ano de safra menor, causando uma oscilação nos volumes de grãos colhidos.

Problemas climáticos, como a falta de chuvas e o excesso de calor durante o segundo semestre do ano passado também afetaram negativamente a produção nas principais regiões produtoras.

Por outro lado, o café canephora (conilon) apresentou um desempenho positivo, com uma estimativa de produção de 19,8 milhões de sacas, um aumento de 15,8% em relação ao volume produzido em 2024. O crescimento foi impulsionado pelo aumento de 4% na área a ser colhida e de 11,4% no rendimento médio.

A produção de café canephora em 2025 deve alcançar um recorde, refletindo a boa rentabilidade da espécie. Com isso, os produtores investiram mais em tratos culturais e adubação, o que resultou em melhorias significativas na produtividade.

Expectativas por estado

Nos principais estados produtores de café, como Rondônia, Espírito Santo e Bahia, as estimativas de produção apresentaram variações.

Rondônia registrou uma queda de 5,5% em relação ao ano passado, com uma redução de 8,9% na estimativa de produção em agosto. Isso se deve a uma diminuição de 5,3% na área a ser colhida e de 3,7% no rendimento médio.

No Espírito Santo, maior produtor de café canephora, as estimativas de produção foram mantidas, com um aumento de 20,8% em relação ao volume produzido no ano anterior. A área a ser colhida cresceu 4,5%, e o rendimento médio aumentou 15,7%.

A Bahia também viu um aumento de 18% na produção, com o rendimento médio crescendo 15,7% e a área a ser colhida ampliando 2%.

Já Minas Gerais, maior produtor de café arábica no Brasil, com uma participação de 69,4% na produção nacional, revisou sua estimativa de produção, que caiu 2,4% em relação ao mês anterior.

Esse declínio é atribuído à queda de 2,5% no rendimento médio das lavouras, o que levou os produtores a reportarem a necessidade de utilizar mais grãos para encher uma saca de 60 kg, devido ao preenchimento menos eficiente dos grãos.

A produção mineira de café arábica deve alcançar 25,7 milhões de sacas de 60 kg, representando uma diminuição de 7,5% em comparação com 2024.

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