Redatora
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 16h52.
Última atualização em 18 de setembro de 2025 às 17h02.
A renda do setor agrícola dos Estados Unidos pode encolher mais de US$ 30 bilhões em 2026 caso não sejam aprovados novos subsídios federais. A estimativa, publicada pela Reuters, é do Instituto de Pesquisa em Políticas Alimentares e Agrícolas da Universidade de Missouri, e reforça a pressão de parlamentares republicanos sobre o governo Donald Trump por um novo pacote de ajuda ao setor.
Os alertas ganharam força no início da temporada de colheita de outono, no hemisfério norte, marcada por preços baixos das safras e efeitos de disputas comerciais. Representantes do setor rural do Congresso afirmam que produtores podem enfrentar uma “calamidade financeira” sem apoio adicional.
Quatro congressistas confirmaram estar em negociações com o Departamento de Agricultura (USDA) e a Casa Branca para liberar recursos até dezembro.
O modelo estudado que foi apresentado é semelhante ao do primeiro mandato de Trump, quando agricultores receberam US$ 23 bilhões em compensações devido à guerra comercial com a China.
Segundo o USDA, os pagamentos federais já devem superar US$ 40 bilhões em 2025, o segundo maior valor desde 1933. Apesar disso, parlamentares afirmam que o montante não cobre as perdas projetadas.
O senador republicano John Hoeven, de Dakota do Norte, disse que a ajuda precisa ser definida “quanto antes, melhor”, e pode ser incorporada ao projeto de gastos do governo.
Em estados agrícolas, produtores têm relatado dificuldades para pagar empréstimos usados no plantio. No Arkansas, reuniões com congressistas reuniram centenas de agricultores preocupados em não conseguir financiar a próxima safra.
“Se não houver um sinal claro de que o dinheiro estará disponível, veremos muitas calamidades financeiras na América rural”, afirmou o deputado republicano Rick Crawford, do Arkansas.
Já os Democratas responsabilizam a política comercial de Trump pela crise. A deputada Angie Craig, de Minnesota, declarou que tarifas e disputas internacionais minaram mercados conquistados ao longo de décadas.
Para ela, é necessário interromper o “caos” na região agrícola e buscar estabilidade.