Brasil

Agricultura revoga contrato de R$ 5,5 mi sem licitação

Decisão ocorre após denúncias de que contrato com uma fundação comandada por aliados políticos do minsitro da agricultura teria sido feito sem licitação


	Antonio Andrade: ministro teria fechado um contrato sem licitação com uma Fundação comandada por aliados políticos
 (José Cruz/ABr)

Antonio Andrade: ministro teria fechado um contrato sem licitação com uma Fundação comandada por aliados políticos (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2013 às 21h21.

Brasília - O Ministério da Agricultura cancelou nesta segunda-feira, 2, a contratação de uma fundação que faria o concurso público para preencher 736 vagas no órgão. A decisão ocorre após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que o contrato, no valor de R$ 5,5 milhões, foi feito sem licitação e que a fundação é comandada por aliados políticos do ministro Antonio Andrade. A fundação também não tinha experiência com concursos desse porte.

O Diário Oficial da União publicou a revogação do contrato com a fundação, que não chegou a ser assinado, embora a escolha tenha sido oficializada pela pasta. Segundo a reportagem apurou, será feito um pregão eletrônico para a escolha da empresa que irá fazer o concurso. O ministério, que havia alegado que contratou o Idecan porque "não haveria tempo hábil para licitação", não justificou nesta segunda a decisão de revogar o contrato.

O Idecan é presidido por Marlene Maria Paiva, filiada ao PMDB mineiro. A entidade opera em parceria e funciona no mesmo endereço da Consulplan, que é subcontratada para organizar e desenvolver as seleções. O presidente da Consulplan, Elder Dala Paula Abreu, se filiou ao PMDB em 2011, a convite do ministro, que ofereceu uma festa de boas-vindas ao empresário, pré-candidato a deputado federal.

A sede das duas empresas, em Muriaé (MG), foi palco do Encontro do PMDB na Zona da Mata Mineira neste ano, prestigiado por Andrade, que posou para fotos e discursou ao lado do empresário. O empresário é o candidato do ministro na região da Zona da Mata Mineira a deputado federal em 2014.

O ministério havia justificado a contratação do instituto com o argumento de que o Idecan apresentou o menor preço médio das taxas de inscrição e a capacidade técnica da empresa, atestada com a apresentação de 21 certificados. O Grupo Estado pediu cópia do processo que resultou na escolha inicial da fundação, mas foi informado que com a revogação do contrato isso não seria possível.

Procurado nesta segunda para comentar o assunto, o ministro não foi localizado. Na última semana, ele disse que a contratação de um instituto comandado por peemedebistas era uma "coincidência". "Não tem relação nenhuma, não." A presidente do Idecan afirmou, na ocasião, que havia se esquecido que era filiada ao PMDB do ministro. Perguntada sobre o contrato, ela disse: "Só falo do que me interessa."

O PPS havia solicitado ao Tribunal de Contas da União (TCU) que fizesse uma auditoria no contrato com o Idecan. O partido informou, nesta segunda, que o pedido será mantido mesmo com a revogação e que aguarda aprovação da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.

Acompanhe tudo sobre:Gestão públicaGoverno DilmaLicitaçõesMinistério da Agricultura e Pecuária

Mais de Brasil

Revalida divulga resultado de recursos para atendimento especializado

Com segurança reforçada, Alexandre de Moraes recebe homenagem no Tribunal de Contas de SP

Nova onda de frio terá ciclone e 'chuva congelada' no Brasil; veja quando começa

São Paulo terá chuva, rajadas de vento e temperatura de 6 ºC; Defesa Civil emite alerta