Brasil

Amazonas vai usar a polícia para cumprir decreto que fechou comércio

A medida extrema foi adotada após o estado registrar aumento no número de internações por covid-19

Estado registra aumento no número de internações por covid-19 (Ingrid Anne/Fotos Públicas)

Estado registra aumento no número de internações por covid-19 (Ingrid Anne/Fotos Públicas)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 13h31.

Última atualização em 5 de janeiro de 2021 às 13h41.

O governo do Amazonas vai usar a Polícia Militar e a Polícia Civil para fazer com que o comércio cumpra a determinação de fecharem por 15 dias. A medida extrema foi adotada após o estado registrar aumento no número de internações por covid-19, puxado principalmente pelo avanço da doença na capital.

Das 183 novas internações por causa do novo coronavírus, 177 ocorreram em Manaus. Este é o maior número registrado desde o início da pandemia, quando, em maio, o estado havia registrado 168 internações em um único dia.

A situação dos hospitais beira ao colapso de atendimento e lembra o caos que o estado viveu no começo do ano. Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), 91,84% dos leitos de UTI do estado estão ocupados: 92,18% dos leitos para adultos da rede pública, 50% dos leitos infantis e 94% da rede privada. Leitos de enfermaria têm ocupação de 86 45%.

Segundo último boletim disponibilizado, no domingo, 3, foram registrados 559 novos casos no estado — alta semanal de 40,4% no comparativo entre os sete últimos dias ante os sete anteriores — e 14 novos óbitos — aumento de 36,7% no mesmo comparativo.

Com a situação dramática, o Ministério Público entrou com uma ação na Justiça para que o governo do estado determinasse o fechamento dos serviços não essenciais. O estado só publicou o decreto após o posicionamento do Tribunal de Justiça do Amazonas. As regras são as mesmas que tinham sido determinadas no dia 23 de dezembro.

O decreto, assinado pelo governador Wilson Lima (PSC), suspende o funcionamento do comércio, bares, restaurantes, academias e salões de beleza. Shoppings podem funcionar somente como pontos de coleta de vendas feitas por meio da internet.

Entre os serviços que podem funcionar estão mercados, farmácias e postos de gasolina, somente até as 23 horas. Em caso de descumprimento, o poder público pode aplicar uma multa de até 50.000 reais ao estabelecimento.

PR também usou a polícia para cumprir decreto

No começo de dezembro, o governo do Paraná determinou um toque de recolher das 23 às 5 horas em todo o estado para conter o avanço da covid-19. O protocolo prevê que ninguém pode sair de casa durante o fim da noite e a madrugada, das 23 às 5 horas.

A Polícia Militar faz a fiscalização e autua os estabelecimentos que descumprem a regra. O decreto está em vigor desde o dia 28 de dezembro e tem validade por dez dias.

(Com Estadão Conteúdo)

Acompanhe tudo sobre:AmazonasCoronavírusManausPandemia

Mais de Brasil

Não é só Bolsonaro: 13,5% das prisões do Brasil são domiciliares com uso de tornozeleira eletrônica

Quais são as 10 cidades mais violentas do Brasil? Veja ranking

Quais são as 10 estados mais violentos do Brasil? Veja ranking

'Se ele estiver trucando, vai tomar um seis', diz Lula sobre tarifa de Trump