Brasil

Brasil registra um feminicídio a cada seis horas

De acordo com uma pesquisa sobre feminicídios, uma mulher morre a cada seis horas no país por questões ligadas ao gênero

Dia das Mulheres: O governo anunciou um aumento dos recursos para centros de atenção às mulheres (Alvaro Medina Jurado/Getty Images)

Dia das Mulheres: O governo anunciou um aumento dos recursos para centros de atenção às mulheres (Alvaro Medina Jurado/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 8 de março de 2023 às 15h54.

Mais de 1.400 feminicídios foram registrados no Brasil em 2022, o que representa um recorde de uma mulher morta a cada seis horas por questões ligadas ao gênero, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 8, dia em que o presidente Lula anunciou medidas para prevenir a violência contra as mulheres.

O número total de 1.410 representa cerca de 5% a mais que em 2021 e é o maior registrado desde que a lei do feminicídio entrou em vigor, em 2015, informou o portal de notícias G1, mencionando dados oficias dos 26 estados do país e do Distrito Federal.

Se forem considerados os homicídios de mulheres, sem levar em conta suas motivações, o número aumentou 3% entre 2021 e 2022, para 3.930.

O aumento dos feminicídios contrasta com uma queda, leve, no número total de assassinatos no ano passado. Com 40.800 casos, o país registrou uma redução de 1% em relação a 2021.

"É intolerável", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante um ato pelo Dia Internacional da Mulher no Palácio do Planalto.

"Estamos apresentando hoje um pacote de medidas para colocar um fim a essa barbárie, mas é preciso ir além do combate à intolerável violência física contra as mulheres", afirmou.

O governo anunciou um aumento dos recursos para centros de atenção às mulheres e recriará um programa de acompanhamento policial preventivo para as vítimas de violência doméstica.

Lula se apresentou de maneira contrária ao governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (2019-2022), a quem acusou de cortar recursos e estimular de forma velada a violência contra mulheres.

O político de extrema direita foi criticado por suas declarações sexistas, como quando, em 2014, disse a uma deputada que ela era feia demais para ser estuprada.

Ao lado de sua esposa Janja e várias ministras, além da ex-presidente e aliada Dilma Rousseff, Lula anunciou também que enviou ao Congresso um projeto de lei de igualdade salarial.

Além disso, o Brasil ratificará a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra a violência, incluída a violência de gênero, nos locais de trabalho.

Acompanhe tudo sobre:MulheresDia Internacional da Mulher

Mais de Brasil

Recuperação da popularidade de Lula perde fôlego e reprovação chega a 40%, diz Datafolha

Itamaraty entrega a autoridades italianas pedido de extradição de Carla Zambelli

Moraes diz em julgamento no STF que redes sociais permitem ações 'criminosas' contra crianças

MP do governo prevê mudança em cargos da Receita Federal com custo de R$ 12,9 milhões por ano