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Brasileiro pagará multa de US$ 151 mi por corrupção na Fifa

Empresário da Traffic Group confessou ter participado nos crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça


	O valor da multa prevista no acordo chegará a US$ 151 milhões por participação no esquema de corrupção na Fifa
 (Divulgação/Fifa)

O valor da multa prevista no acordo chegará a US$ 151 milhões por participação no esquema de corrupção na Fifa (Divulgação/Fifa)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2015 às 15h21.

São Paulo - O empresário José Hawilla, fundador da multinacional de marketing esportivo Traffic Group, fez um acordo e pagará multa de US$ 151 milhões por participação no esquema de corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA), Hawilla confessou a participação nos crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Desse montante, US$ 25 milhões foram pagos no momento do acordo, firmado em dezembro de 2014.

O advogado do empresário, José Luis de Oliveira, disse que Hawilla “apoia as investigações, prestou esclarecimentos às autoridades americanas”. Segundo o defensor, a multa será paga pela filial norteamericana da Traffic. De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o dinheiro será mantido sob juízo para ser usado como reparação às vítimas dos crimes praticados pelos 14 réus no processo.

A Traffic comercializa com exclusividade direitos de televisão de diversas competições de futebol, como a Copa do Mundo da Fifa, a Copa Libertadores e a Champions League da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas (Concaf).

Hawilla também é proprietário da TV TEM, afiliada da Rede Globo que transmite para 318 municípios do interior paulista.

Na manhã de hoje (27), uma operação conjunta entre autoridades suíças e norteamericanas prendeu sete dirigentes da Fifa em Zurique. 

Além do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, foram detidos Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquive.

Os presos deverão ser extraditados para os Estados Unidos, onde a procuradoria de Nova York os indiciou por extorsão e corrupção.

O Ministério Público da Confederação Helvética instaurou nesta quarta-feira um processo penal contra os dirigentes para apurar as suspeitas de pagamento de suborno na escolha dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo: Rússia, em 2018, e Catar, em 2022.

As autoridades dos EUA afirmam que o esquema de corrupção no futebol já dura 24 anos e envolve ao menos duas gerações de dirigentes da federação.

“Os réus, incluídos os executivos de marketing da América do Sul e EUA, são citados por terem sistematicamente aceitado e pago mais de US$ 150 milhões em subornos e propinas para obter lucrativos direitos de mídia e marketing de torneios internacionais de futebol”, diz o comunicado do Departamento de Justiça.

A Federação Internacional de Futebol (Fifa) afirmou que acolhe “com satisfação” as investigações. Segundo o diretor de comunicação, Walter de Gregório, a entidade, apesar de ser uma vítima do suposto esquema fraudulento, está cooperando com a apuração.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os advogados de José Maria Marin no Brasil, mas ainda não obteve resposta.

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