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Capez se diz alvo de "'onda difamatória"

Deputado diz que não intercedeu em favor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar, apontada como carro-chefe das fraudes em contratos de merenda escolar


	Capez: deputado nega ter recebido R$ 450 mil para sua campanha de reeleição, em 2014
 (Reprodução/Facebook/Reprodução)

Capez: deputado nega ter recebido R$ 450 mil para sua campanha de reeleição, em 2014 (Reprodução/Facebook/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2016 às 22h47.

São Paulo - O deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, afirmou nesta terça-feira, 11, que é vítima de uma "onda difamatória" e que não intercedeu em favor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF), apontada como carro-chefe das fraudes em contratos de merenda escolar em dezenas de prefeituras e que mirava também a Secretaria da Educação do governo Alckmin.

O esquema foi desmontado em janeiro pela Operação Alba Branca, missão integrada do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil.

Nos autos da Alba Branca, o lobista da COAF Marcel Júlio fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral de Justiça e afirmou que o deputado tucano agiu em favor dos interesses da Cooperativa junto à Educação de Alckmin.

Em troca, Capez teria recebido R$ 450 mil para sua campanha de reeleição, em 2014. A Cooperativa também teria cedido um carro para o comitê de Capez.

Em nota pública, Capez disse que "repudia com indignação a tentativa de seu envolvimento na operação Alba Branca e considera absurda a afirmação de que teve qualquer tratativa de dinheiro com membros da COAF".

O presidente da Assembleia chama a atenção para testemunhas ouvidas durante a investigação que, segundo ele, informaram que seu nome foi usado.

"Além de negarem, todas as testemunhas disseram que o nome do deputado foi usado", diz a nota.

Ele revelou que, perante o Tribunal de Justiça, Marcel Julio fez um depoimento e negou "qualquer tratativa de dinheiro com o deputado".

"Não tenho intimidade com o deputado Fernando Capez, até porque nunca me pediu dinheiro e nunca tive intimidade sobre isso", declarou o lobista ao desembargador Sérgio Rui, que é relator da investigação sobre Capez no TJ, Corte que detém competência para investigar parlamentares estaduais.

A nota diz, ainda, que ao responder ao repórter Wallace Lara, da TV Globo, nesta terça, 11, Marcel Júlio "negou categoricamente que o deputado tenha pedido qualquer valor".

"Até o momento, todas as testemunhas ouvidas na CPI, Corregedoria Geral da Administração e Tribunal de Justiça, sem exceção, negaram envolvimento do deputado e afirmaram que seu nome foi usado."

O deputado afirma, ainda, que "não pediu carro nem verba para sua campanha a nenhum membro da COAF e não recebeu absolutamente nada".

Ele disse "confiar que sua biografia de 30 anos de vida pública sobreviverá a toda essa onda difamatória".

Nota de esclarecimento do deputado Fernando Capez (PSDB)

"O deputado Fernando Capez repudia com indignação a tentativa de seu envolvimento na operação Alba Branca e considera absurda a afirmação de que teve qualquer tratativa de dinheiro com membros da COAF. Além de negarem, todas as testemunhas disseram que o nome do deputado foi usado (cópia dos depoimentos à disposição). Marcel, negou em seu depoimento no Tribunal de Justiça, qualquer tratativa de dinheiro com o deputado ao dizer: 'não tenho intimidade com o deputado Fernando Capez, até porque nunca me pediu dinheiro e nunca tive intimidade sobre isso'. FINALMENTE, ao responder ao repórter Wallace Lara (TV Globo) na data de hoje, 11/10, Marcel negou categoricamente que o deputado tenha pedido qualquer valor (áudio à disposição). Até o momento, todas as testemunhas ouvidas na CPI, Corregedoria Geral e Tribunal de Justiça, sem exceção, negaram envolvimento do deputado e afirmaram que seu nome foi usado.

O deputado não pediu carro nem verba para sua campanha a nenhum membro da COAF e não recebeu absolutamente nada. Confia que sua biografia de 30 anos de vida pública sobreviverá a toda essa onda difamatória.

Em 2015, ano do alegado pagamento, a Assembleia economizou quase 25 milhões por meio de renegociação de contratos."

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