Agência de notícias
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 12h15.
Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 12h25.
A Justiça da Itália marcou para a próxima quarta-feira, 13, uma nova audiência para ouvir a deputada federal Carla Zambelli, presa há duas semanas depois de passar 55 dias foragida.
A parlamentar foi detida por estar com um mandado de prisão em aberto no Brasil desde junho. Ela fugiu do país depois de ter sido condenada a dez anos de prisão pela invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Presa no complexo penitenciário de Rebibbia, em Roma, ela aguarda o andamento de seu processo de extradição. Após audiência de custódia na semana em que foi detida, o caso seguiu para a Corte de Apelação de Roma, onde será ouvida pela primeira vez na quarta-feira.
Depois de passar pelo Tribunal de Apelação, a decisão ainda pode ser contestada na Corte de Cassação, instância máxima do Judiciário italiano. Mesmo com aval do Judiciário, a palavra final cabe ao Ministério da Justiça da Itália, que pode negar a extradição por motivos políticos.
O atual governo italiano, liderado por Giorgia Meloni, tem afinidade ideológica com setores da base de apoio de Zambelli, o que pode pesar na análise final.
Caso a extradição seja autorizada, a defesa ainda poderá recorrer à Justiça administrativa, em instâncias como o Tribunal Administrativo Regional e o Conselho de Estado.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) volta a julgar nesta semana a deputada por porte ilegal de armas e constrangimento ilegal por perseguir o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo.
O caso estava suspenso desde março, por pedido de vista do ministro Nunes Marques, que devolveu o processo na última sexta-feira. Seis magistrados votaram para impor pena de cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto e determinar a perda do mandato.