Brasil

Collor conversou com Dilma sobre sigilo de documentos

Ex-presidente Fernando Collor defendeu o presidente do Senado, José Sarney, dizendo que não se trata de nenhuma preocupação relacionada à gestão no governo federal

Collor foi ex-presidente e alvo de um impeachment que o obrigou a deixar o governo em dezembro de 1992, pela suspeita de corrupção (Antonio Cruz/ABr)

Collor foi ex-presidente e alvo de um impeachment que o obrigou a deixar o governo em dezembro de 1992, pela suspeita de corrupção (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2012 às 14h32.

Brasília - O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Fernando Collor (PTB-AL), revelou hoje que tentou negociar diretamente com o governo as mudanças no projeto de lei de acesso às informações sigilosas, mesmo depois de a proposta ter sido aprovada por duas comissões da Casa e pelo plenário da Câmara.

Collor cita o fato no texto que leu nesta manhã na CRE, intitulado "comunicado da presidência", no qual apresenta uma série de argumentos para derrubar o substitutivo aprovado por deputados e senadores da base aliada e da oposição.

Duas semanas depois de as comissões de Ciência, Tecnologia e Comunicação (CCT) e Direitos Humanos (CDH) terem aprovado a proposta, o senador disse que, no dia 5 de maio, levou ao então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, "algumas sugestões iniciais" que entendia serem importantes.

"Oportunidade em que repassamos detalhadamente, ponto por ponto, todo o projeto, comprometendo-se o ministro em reunir sua assessoria jurídica com minha assessoria para tratar das modificações", destacou Collor. O mesmo procedimento o senador adotou com o então ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e "por fim, mais recentemente, (com) a própria presidenta Dilma Rousseff".

Ex-presidente da República alvo de um impeachment que o obrigou a deixar o governo em dezembro de 1992, pela suspeita de corrupção, o senador disse que encontrou no projeto "uma série de aspectos que podem gerar impacto danoso, não só à administração pública brasileira, mas também e, principalmente, à segurança do Estado e da sociedade". Daí porque defende o sigilo eterno para documentos relacionados à diplomacia, aos serviços de inteligência e para informações "de cunho eminentemente voltadas à nossa política externa".

Collor defendeu o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que nos últimos dias passou a ficar contra o projeto, dizendo que não se trata de nenhuma preocupação relacionada à gestão de ambos na presidência da República. "Não tem conotação pessoal em relação às nossas administrações, longe disso", alegou. "Esta não é uma questão pessoal, não é uma questão de governo, esta é uma questão de Estado", defendeu Collor.

No entender do senador, o projeto que está pronto para ser votado no plenário do Senado contém imperfeições que, se atendidas suas sugestões, poderá chegar "a uma lei moderna, realista e dentro dos melhores padrões frente às normas do gênero das principais democracias do mundo".

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffPersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilGoverno DilmaFernando Collor de MelloLegislação

Mais de Brasil

FAB intercepta aeronave suspeita vinda do Peru sem plano de voo

Motta veta indicação de Eduardo Bolsonaro como líder da minoria na Câmara após denúncia da PGR

Lula na ONU: saiba qual o horário do discurso do presidente e onde assistir

Tarifa do ônibus faz brasileiros deixarem de visitar parentes, ir a consultas e até procurar emprego