Agência de notícias
Publicado em 28 de maio de 2025 às 18h23.
Última atualização em 28 de maio de 2025 às 19h05.
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou nesta quarta-feira as duas listas tríplices para a vaga de ministro na classe dos advogados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma das listas aprovadas é exclusivamente feminina e fez parte de uma articulação da presidente da Corte eleitoral, ministra Cármen Lúcia, para garantir a representatividade feminina no tribunal.
Na lista tríplice exclusivamente feminina e que será enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como mostrou O Globo, constam os nomes das advogadas Cristina Maria Gama Neves da Silva, Estela Aranha e Vera Lúcia Araújo — que já é ministra substituta do TSE.
Após a aprovação das alistas foi comentada pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia. Seria um contrassenso que o próprio TSE não tivesse duas listas feitas com mulheres.
— Se não tivéssemos a oportunidade de termos uma lista de homens e uma de mulheres, em 2026, nós teríamos no TSE os sete cargos providos por homens — apontou a ministra.
A iniciativa de Cármen Lúcia tem como pano de fundo o calendário de mandatos do TSE e as eleições no ano que vem. Isso porque não só ela deixará o tribunal às vésperas do pleito — seu mandato termina em agosto de 2026 — como a outra ministra integrante da Corte eleitoral atualmente, Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também terá concluído seu mandato na ocasião.
Ao escolher fazer duas listas tríplices e não uma lista sêxtupla, e uma delas contendo nomes apenas de mulheres, a presidente do TSE também envia um sinal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por bater o martelo na nomeação dos ministros. O modelo de escolha dos ministros da classe da advocacia ocorre em duas etapas: primeiro, o STF vota a lista com três candidatos e, depois, o chefe do Executivo escolhe quem irá nomear. Assim, Cármen Lúcia indica ao presidente que um dos nomes escolhidos deveria ser uma mulher.
As advogadas escolhidas para compor a lista tríplice são nomes indicados por Cármen Lúcia. Cristina Maria Gama Neves da Silva é advogada e foi nomeada desembargadora do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF). Estela Aranha é advogada e atuou no Ministério da Justiça durante a gestão de Flávio Dino como secretária de Direitos Digitais. Vera Lúcia, que é ministra substituta, tem vasta atuação no campo dos Direitos Humanos.
A dança das cadeiras ocorre em virtude do fim do mandato dos ministros André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques, ambos representantes da advocacia escolhidos há dois anos, durante a gestão de Alexandre de Moraes. A segunda lista aprovada pelo STF nesta quarta contém os nomes deles e de José Levi do Amaral, e também precisará passar pelo crivo de Lula.