Brasil

Mudança climática não é discurso de ambientalista, diz secretário de SP

Nesta madrugada, SP registrou 66% do previsto de chuva para todo o mês de fevereiro; Rio Pinheiros ultrapassou o recorde do nível de água

Chuvas: bombeiros receberam 36 solicitações sobre desabamentos e 47 sobre quedas de árvores (Rahel Patrasso/Reuters)

Chuvas: bombeiros receberam 36 solicitações sobre desabamentos e 47 sobre quedas de árvores (Rahel Patrasso/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 11h16.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2020 às 13h40.

São Paulo — O temporal que atingiu a grande São Paulo na madrugada desta segunda-feira (10) ultrapassou o recorde do nível de água do Rio Pinheiros, marcando 719.6mm.

Este é o maior valor já registrado desde 2005, quando o rio chegou a 718.9mm, de acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente.

O órgão afirma que, apenas nesta madrugada, choveu 66% do total esperado para todo o mês de fevereiro.

"Mudança climática não é discurso de ambientalista. Está chovendo nessa década o que não choveu no século passado", afirma Marcos Penido, secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, ao Estado.

De acordo com ele, os mais de 78 pontos de alagamentos registrados pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climática (CGE) aconteceram porque o volume de chuva ultrapassou o que estava previsto na série histórica de 100 anos, usada para calcular o sistema de drenagem das chuvas.

"Tudo foi implantado com essa lógica." Penido afirma que os sistema de piscinões e drenagem da cidade estão funcionando perfeitamente, assim como o bombeamento dos rios Tietê e Pinheiros.

"Senão, o estrago teria sido muito pior", observa, afirmando que eles transbordaram porque "choveu de forma consistente nas quatro regiões da cidade, a noite inteira".

O secretário prevê a manutenção de todo o sistema quando a chuva der trégua, o que, de acordo com o CGE, só deve ocorrer no fim da terça-feira, 11.

"Um sistema de drenagem não é algo feito de um dia para o outro. Precisamos achar terreno, fazer cálculos, estudos, projetar e contratar. Isso tudo é investimento, e sabemos como as despesas obrigatórias do Estado estão oprimidas".

Emergência

De acordo com o Corpo de Bombeiros da capital, há 546 solicitações referentes a enchentes, 88 a desabamentos e 97 sobre quedas de árvores.

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) colocou em estado de alerta as subprefeituras de Jaçanã, Ipiranga, Butantã e Perus.

Acompanhe tudo sobre:ChuvasMeio ambienteMudanças climáticasSão Paulo capital

Mais de Brasil

'Extrema-direita não voltará a governar esse país', diz Lula sobre eleições de 2026

Moraes manda Ministério da Justiça formalizar pedido de extradição de Zambelli

Projeto que anula aumento do IOF deve ser pautado na terça, diz Hugo Motta

Empresários franceses prometem a Lula investir R$ 100 bi no Brasil