Brasil

Com vitória ou derrota de Dilma, PT sai mais forte

Com ofensiva contra Marina, PT mostrou uma força de destruição poderosa. Mesmo se Dilma perder esta eleição, a figura de Lula ainda se mantém forte para 2018


	Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula durante um comício em Recife
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula durante um comício em Recife (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2014 às 18h40.

São Paulo - Com Dilma ganhando ou perdendo, o PT não sai enfraquecido destas eleições. A estratégia de atacar Marina Silva não só funcionou para derrubar as intenções de voto da candidata do PSB como também mostrou a enorme força do partido. 

"O PT mostrou que é muito forte no que se refere ao controle dos recursos de poder. A campanha pela reeleição da Dilma seguiu o receituário das piores campanhas feitas contra o PT", afirma Milton Lahuerta, coordenador do laboratório de política e governo da Unesp. 

No entanto, ainda que saia fortalecido deste processo, para Lahuerta o partido mostrou uma enorme fraqueza no que se refere à capacidade de construir consensos, estabelecer e dialogar com uma nova agenda que está sendo montada pela oposição e que já tem respaldo na sociedade.

"O PT poderia ter incorporado mais essa agenda proposta pela oposição ao invés de destruir a Marina porque estavam com medo de que ela pudesse crescer", diz. 

Na opinião do cientista social, ao invés de desconstruir a candidata do PSB, o partido poderia ter se mostrado como um partido de capacidade hegemônica e dizer “reconhecemos essa nova agenda como válida e estamos empenhados em incorporá-la ao que já fazemos".

"Ao invés disso, o PT preferiu agir como uma força de destruição e não de construção", conclui. 

Lula

Para Rodrigo Prando, cientista social e professor do Mackenzie, mesmo em um cenário de derrota, ainda há fôlego para o PT. Segundo ele, Lula tem um caráter messiânico que casa muito bem com a cultura política brasileira que busca líderes salvadores. 

"Pensando que Lula tenha fôlego para voltar daqui a 4 anos, se Dilma ganhar ela vai passar os próximos 4 anos pavimentando a volta do Lula. Se perder, o PT volta com Lula em 2018 com o discurso de salvador", explica.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffPersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilPartidos políticosPolíticaEleiçõesEleições 2014

Mais de Brasil

Câmara aprova projeto de lei que dificulta aborto legal em crianças

Após megaoperação, Moraes abre inquérito sobre crime organizado no Rio

PEC que flexibiliza privatização da Copasa é aprovada na Assembleia de Minas

Câmara aprova urgência de projeto que dificulta aborto legal em crianças