Zambelli: deputada disse que irá viajar pelo continente europeu (Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 3 de junho de 2025 às 10h48.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta terça-feira, 3, que deixou o Brasil e está atualmente na Europa. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Auriverde, na manhã de hoje. Segundo a parlamentar, sua saída do país ocorreu inicialmente para tratar um problema de saúde. No entanto, ela também citou uma "perseguição judicial", após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão.
— Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscar um tratamento médico, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo (...) Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso — afirmou.
O advogado Daniel Bialski, que defende Zambelli, afirmou que foi avisado que ela deixaria o país "para dar continuidade a um tratamento de saúde".
A deputada disse que irá viajar pelo continente europeu, falando com autoridades para denunciar sobre a realidade do país. Zambelli também disse ter receio de perder o acesso às suas redes sociais. Ela pediu que seus apoiadores passem a seguir sua mãe, Rita, que deve concorrer às eleições no próximo ano. A deputada afirmou estar tentando transferir seus perfis nas plataformas digitais para a mãe. Também revelou que emancipou seu filho de 17 anos.
A parlamentar se disse vítima de perseguição, mas afirmou ter “renascido” fora do Brasil:
— Me cansei de ficar calada, me cansei de não atender meu público (...) Nosso país não tem condições de abarcar pessoas que querem falar tanto quanto eu.
Zambelli aproveitou a entrevista para criticar o sistema eleitoral brasileiro:
— Aqui fora eu posso falar: nossas urnas não são confiáveis — disse.
A deputada deixou o país antes que todos os recursos contra sua condenação fossem julgados. A decisão do STF pode levar à sua prisão e à perda do mandato parlamentar. Sua condenação ocorreu por invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Entre eles, estava um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.
Atualmente afastada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada Carla Zambelli afirmou que sua relação com ele foi "envenenada" pelo ex-advogado Fábio Wajngarten. Segundo ela, Wajngarten teria a responsabilizado pela derrota nas eleições presidenciais. O ex-assessor foi recentemente demitido a mando da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.