Ministra foi chamada na Comissão de Infraestrutura do Senado (Leandro Fonseca)
Agência de notícias
Publicado em 27 de maio de 2025 às 12h45.
Última atualização em 27 de maio de 2025 às 12h53.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira, 27, que a proposta de criação da unidade de conservação marinha na Margem Equatorial não vai impedir a exploração de petróleo na região, especialmente no Amapá, onde a Petrobras pediu licença para perfurar um bloco.
— Hoje, para a gente poder se inserir no contexto de grandes oportunidades, temos de proteger a biodiversidade. Esses esforços, e de criação no Amapá, não incidem sobre os blocos de petróleo — garantiu.
A ministra foi chamada na Comissão de Infraestrutura do Senado para responder aos questionamentos de parlamentares sobre o tema, que demonstraram preocupação com eventuais impactos econômicos e de exploração de petróleo.
— Vossa excelência falou: “A nossa preocupação não é com os blocos de petróleo, é que vai engessar os investimentos do estado”. Pois eu posso lhe dizer que no processo de criação [da unidade de conservação] já está estabelecido que oleoduto, gasoduto, portos, o que tiver que fazer, já está dito no próprio processo que isso não será impeditivo — afirmou Marina.
Marina Silva ainda negou que os estudos para a implementação dessa unidade de conservação foram feitos para inviabilizar os empreendimentos na Margem Equatorial, ressaltando que o processo começou em 2005.
— Só recentemente, talvez porque uma série de informações ficam circulando, fica parecendo uma coisa para inviabilizar o empreendimento. Não foi.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) pretende criar uma nova unidade de conservação, com 35 milhões de hectares, que deverá se estender desde a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa até os limites do Piauí com o Ceará, passando ser a maior unidade de conservação marinha do país.
No litoral do Amapá, o objetivo seria proteger as comunidades pesqueiras artesanais que estão ameaçadas pela pesca predatória.
O estado tem cerca de 24 mil pescadores artesanais que vivem da pesca. As áreas abrangem regiões sobre o mar e manguezais, fundamentais para a reprodução e alimentação de peixes.
Marina Silva mostrou durante a audiência a distância das áreas reservadas para as áreas de pesquisa e exploração na Margem Equatorial para afirmar que não haverá qualquer tipo de impedimento, informação já reforçada pelo ICMBio.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aprovou na semana passada o Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF), apresentado pela Petrobras como parte do Plano de Emergência Individual (PEI) para a atividade de pesquisa marítima em um bloco da Bacia da Foz do Amazonas, no Amapá, na Margem Equatorial.
A estatal poderá fazer vistorias e simulados na região onde quer pesquisar novas reservas de petróleo. A análise pelo Ibama do plano da Petrobras de resgate da fauna em caso de vazamento de óleo é vista, no próprio órgão, como a última etapa do processo de licenciamento do poço que a estatal quer perfurar na região.