Agência de notícias
Publicado em 7 de outubro de 2025 às 19h58.
Última atualização em 7 de outubro de 2025 às 23h04.
Dados divulgados nesta terça-feira, 7, pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo, a Abrasel SP, mostram o impacto da crise do metanol no setor. Entre restaurantes, lanchonetes e pizzarias, 78% dos estabelecimentos relataram estabilidade ou crescimento no faturamento no final de semana passado, o primeiro após o início das intoxicações. Já entre os bares, mais dependentes da venda de destilados, 52% tiveram queda nas vendas no período.
O levantamento ouviu associados da entidade e mostrou também que 26% dos bares e restaurantes do estado, ou seja, um em cada quatro, relaram algum nível de queda no faturamento no fim de semana, concentrada sobretudo em bares com maior dependência de vendas de destilados. Também foi relatado um aumento no consumo de cerveja, vinho e bebidas sem álcool.
"Não se trata de uma crise do setor de alimentação fora do lar, mas de um ataque criminoso a uma categoria específica de produtos", diz a análise da Abrasel. A entidade lançou uma cartilha com orientações sobre como identificar fornecedores confiáveis de bebida, cuidados no armazenamento e descarte correto de embalagens, para evitar que as garrafas originais sejam utilizadas por falsificadores.
Nesta terça (7) o estado de São Paulo teve a terceira morte confirmada de uma pessoa que ingeriu bebida alcoólica com metanol. A vítima era Bruno Araújo, de 30 anos, que estava internada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, desde 29 de setembro, e morreu na segunda (6). Ela ingeriu vodca com suco de pêssego.
Desde o fim de setembro, o aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas em diferentes estados do Brasil acendeu um alerta. O Ministério da Saúde atualizou, na última segunda-feira, para 217 o número de notificações, dos quais 17 foram confirmados e 200 continuam em investigação pelas autoridades brasileiras.
O Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio) estima que tenha havido queda entre 60% e 80% nas vendas de destilados e de drinques com a bebida. O índice é similar ao da rede Belmonte, tradicional no Rio de Janeiro, com oito casas, que não viu prejuízo em caixa porque a clientela migrou, principalmente para o chope.
Desde a última sexta-feira, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) monitorava dois casos por suspeita de intoxicação por metanol em bebida. Na tarde de ontem, foi descartado após exame e monitoramento de uma mulher, moradora de Niterói. No momento, o único em análise é de um homem em São Pedro da Aldeia, que segue em acompanhamento pela pasta e passa bem. O Governo do Rio lança, nesta terça-feira, um painel público com informações sobre os casos de intoxicação por metanol, com mapeamento das notificações suspeitas, confirmadas e descartadas no estado.