Valdemar Costa Neto, presidente do PL: partido terá candidato próprio à Presidência da República em 2026 (Esfera Brasil/Divulgação)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 25 de agosto de 2025 às 12h48.
Última atualização em 25 de agosto de 2025 às 13h06.
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira, 25, acreditar que as candidaturas de direita que se colocam hoje para as eleições presidenciais de 2026 se juntarão em torno de um nome ainda no primeiro turno da disputa. Segundo ele, o PL terá um candidato próprio à Presidência da República.
"Vamos ter candidato pelo PL a presidente", disse em conversa com jornalistas durante o Seminário Brasil Hoje, do grupo Esfera Brasil, em São Paulo.
Atualmente, o partido ainda diz publicamente que acredita numa candidatura, cada vez mais improvável, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele está inelegível até 2030 e será julgado a partir da próxima semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado, da qual é acusado de ser líder.
"[A direita] vai ter de se unir no primeiro turno. Pode escrever. O pessoal está se colocando como candidato porque acha que o Bolsonaro não vai ser [candidato]. Tudo indica que ele não vai ser. Eu tenho esperança que ele seja", afirmou. "Nós vamos caminhar juntos. Mas acho que se junta no primeiro. É minha opinião."
Assim, a sigla se move no cenário político diante do vácuo que se abre por um nome capaz de unificar a direita.
"Ainda tenho esperança que o Bolsonaro seja candidato. Se ele não for candidato, ele indica [um nome que apoiará] depois do julgamento", disse Valdemar.
Questionado pela EXAME se setembro seria uma data-limite para essa definição, o presidente do PL afirmou que tudo depende se algum ministro do STF pedir vista no julgamento.
"Se pedirem vista, tem 90 dias de direito", disse. "O Bolsonaro só vai se manifestar depois do julgamento."
Sobre quem seria o "ungido" por Bolsonaro, Valdemar apontou que ele "escolhe o candidato que achar melhor".
"Bolsonaro tem autonomia para isso do partido", afirmou. "E ele não conversou esse assunto comigo. Quando ele toca nesse assunto comigo, eu falo: 'Bolsonaro, é você que vai decidir'."
Ele relembrou a escolha de Bolsonaro de apoiar Tarcísio de Freitas na campanha de 2022 ao governo do estado de São Paulo, uma decisão que Valdemar não apoiou num primeiro momento, conta.
"Quando ele escolheu Tarcísio [para ser apoiado ao governo de SP], eu quase tive infarto. Eu falei: 'Ele nem vota em São Paulo, Bolsonaro'. E você veja: eu estava errado", afirmou.
Na avaliação do dirigente partidário, Tarcísio então não tinha nenhuma obra no Ministério da Infraestrutura, que tocou na gestão do ex-presidente, mas ouviu que ele "poderia crescer".
"Eu falei: 'Crescer como, Bolsonaro? Ele nem conhece, ele não tem nem como andar em São Paulo'. Você vê que eu estava errado", disse. "Veja a aprovação do Tarcísio aqui em São Paulo hoje e no Brasil."
Para Costa Neto, Tarcísio é um "excelente nome”, assim como os dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Paraná, Ratinho Junior (PSD), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Mas afirma não ter um preferido.
“Não tem um preferido. Nunca fiz isso. E nem para o Bolsonaro. Quando ele fala alguma coisa comigo, eu digo: 'vai ser quem você indicar'. Não quero que ele pense que eu tenho preferência”, afirmou, acrescentando que o ex-presidente não teria um preferido hoje. “Não tem. Ele não fala.”
Na opinião de Valdemar, caso o Bolsonaro se posicione, as outras forças de direita tendem a fechar em torno de um candidato único. Mas o PL não abrirá mão de ter o candidato cabeça de chapa à Presidência.
“Vamos ter candidato pelo PL a presidente”, disse.
Segundo o dirigente partidário, Tarcísio declarou em um jantar com o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e o presidente do PP, Ciro Nogueira, na semana passada, que topa se juntar ao PL.
"O Tarcísio declarou num jantar do Rueda e do Ciro na frente de cinco governadores. Ele já conversou comigo há um ano e meio atrás: 'se eu for candidato, eu vou para o PL'. E falou na frente de cinco governadores. E disse: 'se eu for', porque hoje ele é candidato a governador", afirmou Valdemar Costa Neto.
Mais cedo, no mesmo evento, Tarcísio traçou um plano sobre o futuro do Brasil e sobre as decisões que um presidente deveria tomar para o próximo mandato.
Ele elencou como prioridades de qualquer governo lidar com a questão fiscal, aproveitar as oportunidades que a tecnologia traz à gestão pública, além de enfrentar a crise de segurança pública.
A participação em um painel com Ciro Nogueira, presidente do PP, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aliada ao tom nacional do discurso, trouxe mais expectativas sobre um eventual candidatura de Freitas à Presidência.