Brasil

É perfeitamente possível governar sem o PSDB, diz Padilha à Folha

Em entrevista ao jornal, o ministro da Casa Civil disse que, embora o governo não deseje a saída do partido, considera possível governar sem ele

Eliseu Padilha: o ministro também afirmou que o governo está pronto para a votação da denúncia contra Temer na Câmara, marcada para quarta-feira (Valter Campanato/Agência Brasil)

Eliseu Padilha: o ministro também afirmou que o governo está pronto para a votação da denúncia contra Temer na Câmara, marcada para quarta-feira (Valter Campanato/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 31 de julho de 2017 às 09h02.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou, em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, que considera "perfeitamente possível" governar sem o PSDB, mas garantiu que o governo deseja a permanência dos tucanos e por enquanto tem paciência "ilimitada".

"Se o PSDB decidir sair, o que não desejamos, teremos de governar sem o PSDB", disse Padilha, acrescentando que considera ser "perfeitamente possível".

Questionado sobre o limite da paciência do governo com os tucanos, o ministro disse que "por enquanto" é ilimitada. "Nós temos de ter paciência para compreender nossos aliados e as suas circunstâncias, fazendo com que eles consigam cada vez mais aprimorar o apoio ao governo".

Diante da crise que atingiu o governo do presidente Michel Temer desde as delações de executivos da JBS, que levaram à apresentação de denúncia contra o presidente por crime de corrupção passiva, uma parcela do PSDB tem defendido o rompimento do partido com o governo.

O presidente interino da legenda, senador Tasso Jereissati (CE), tem feito pressão pelo desembarque, mas dirigentes do PSDB ainda não chegaram a um consenso de que é preciso romper imediatamente com o governo.

Na entrevista à Folha, Padilha também afirmou que o governo está pronto para a votação marcada para quarta-feira da denúncia contra Temer na Câmara dos Deputados, e reafirmou que cabe à oposição conseguir o quórum necessário para a votação.

O ministro, no entanto, se recusou a antecipar sua contagem de votos, dizendo que "qualquer número é prematuro".

Após vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça contra a denúncia, a oposição precisa de 342 votos a favor de autorizar o Supremo Tribunal Federal a analisar a acusação contra o presidente, cenário aparentemente improvável no atual momento.

"À oposição é que interessa, neste momento, reverter o resultado da Comissão de Constituição e Justiça, e não ao governo", afirmou Padilha.

Acompanhe tudo sobre:Eliseu PadilhaGovernoGoverno TemerPSDB

Mais de Brasil

'Extrema-direita não voltará a governar esse país', diz Lula sobre eleições de 2026

Moraes manda Ministério da Justiça formalizar pedido de extradição de Zambelli

Projeto que anula aumento do IOF deve ser pautado na terça, diz Hugo Motta

Empresários franceses prometem a Lula investir R$ 100 bi no Brasil