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Entenda os problemas de saúde que fizeram Bolsonaro ser hospitalizado novamente

Ex-presidente apresentou queda de pressão e vômitos; médicos recomendam internação e dieta líquida

Agência o Globo
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Publicado em 17 de setembro de 2025 às 07h25.

Menos de 48 horas após deixar o Hospital DF Star, em Brasília, para procedimentos no domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi levado à unidade na terça-feira novamente depois de ter uma crise de soluços e vômitos. Ele foi orientado a passar a noite sob monitoramento para realização de exames. A expectativa era de que o seu médico chegasse ao hospital na terça-feira à noite. Em prisão domiciliar, Bolsonaro estava acompanhado de policiais que monitoram sua casa e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

De acordo com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do ex-presidente, ele apresentou também um quadro de pressão baixa, e a recomendação da equipe médica que o acompanha foi para que ficasse em observação e passasse por exames durante a madrugada. Neste período, a previsão era de que ele tenha uma dieta líquida. A equipe médica que o operou em 13 de abril estava com chegada prevista no DF para as 22h de terça-feira a fim de acompanhar os procedimentos.

"Os médicos orientaram a internação nessa noite. O diafragma dele travou, ficou dez segundos sem reação, sem respiração, o que o fez expelir um vômito a jato. A Michelle (Bolsonaro) o colocou no carro e trouxe", disse Flávio.

Mais cedo, o chefe da equipe médica que acompanha a saúde do ex-presidente, Claudio Birolini, afirmou que a ida ao hospital teve como objetivo realizar a “avaliação clínica, medidas terapêuticas e exames complementares”.

"O ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou na tarde de hoje um quadro de mal-estar, queda da pressão arterial e vômitos. Solicitei que fosse encaminhado ao Hospital DF Star para avaliação clínica, medidas terapêuticas e exames complementares. Assim que tivermos uma definição clara do quadro clínico, atualizaremos as informações", disse o médico Claudio Birolini, em nota distribuída a jornalistas.

Volta ao médico

Bolsonaro já tinha estado no mesmo hospital no domingo passado, três dias após ser condenado a uma pena de 27 anos por tentativa de golpe e outros quatro crimes. O boletim médico divulgado logo após a alta apontou quadro de “anemia”, e a tomografia mostrou imagem residual de uma pneumonia recente.

Foi a primeira vez que o ex-mandatário deixou a sua residência, com autorização prévia do ministro Alexandre de Moraes, após a sentença pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Na terça-feira, porém, ele deixou o local por uma emergência — uma decisão de Moraes de agosto prevê que, nesse caso, não há necessidade de autorização prévia, mas obriga a comprovação da condição médica em até 24 horas depois.

Os advogados comunicaram ao STF e anexaram um atestado médico apontando que Bolsonaro apresentou “’episódio de mal-estar, pré-síncope e vômitos com queda da pressão arterial, sendo necessário ir à emergência do Hospital DF Star’, onde se encontra recebendo os necessários cuidados médicos”.

Minutos depois, Moraes determinou a inclusão do atestado no processo contra o presidente e a comunicação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O deputado federal Evair de Mello (PL-ES), que esteve no hospital na tarde de terça-feira para visitar Bolsonaro, disse que o julgamento no STF gerou um “impacto emocional” no ex-presidente. O parlamentar disse que, mesmo antes da prisão domiciliar, quando ainda despachava na sede do PL, Bolsonaro já aparentava estar “debilitado e pouco conseguia falar”:

"Ele tinha pouca capacidade de falar, dizia poucas palavras, começava o soluço e, na sequência, ia ao banheiro porque tinha vômito."

A ida ao hospital no domingo contou com um forte esquema de segurança. As medidas incluíram escolta policial, varredura na porta do hospital e até revista em mochilas de apoiadores do ex-presidente que o aguardavam em frente à unidade de saúde.

Bolsonaro vem sofrendo com episódios de soluços que nos momentos de crise o impedem de falar e o fazem vomitar. A condição é uma das sequelas do ataque a faca sofrido por ele durante a campanha eleitoral de 2018. O estado de saúde delicado de Bolsonaro deve basear um pedido da defesa para que ele cumpra a pena em regime domiciliar.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroSupremo Tribunal Federal (STF)

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