Brasil

FMI vê risco de superaquecimento da economia brasileira

Segundo Dominique Strauss-Kahn, o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010 evidenciou o risco de uma excessiva expansão no País

Strauss-Kahn, do FMI: crescimento nacional pode ser bolha (Franck Prevel/Getty Images)

Strauss-Kahn, do FMI: crescimento nacional pode ser bolha (Franck Prevel/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 20h02.

São Paulo - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, manifestou hoje preocupação com o risco de sobreaquecimento da economia brasileira, defendeu reformas econômicas, mas também fez questão de mostrar uma faceta pouco conhecida da instituição tão criticada no passado, sobretudo pela esquerda brasileira: a preocupação social. Segundo ele, o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010 evidenciou o risco de uma excessiva expansão no País, preocupação que se estende aos demais emergentes. Por outro lado Strauss-Kahn salientou ser necessário buscar um ritmo de expansão sustentável, mas promovendo inclusão social e combatendo a desigualdade e a pobreza.

O diretor do Fundo, que hoje se reuniu com as principais autoridades econômicas do Brasil e com a presidente Dilma Rousseff, destacou que o mundo está em processo de recuperação econômica, mas em ritmos diferenciados: enquanto Ásia e América Latina crescem de forma "bastante rápida", a recuperação é mais incerta nos Estados Unidos, e lenta na Europa.

"O problema nessa recuperação em curso é duplo: o primeiro é o risco de sobreaquecimento nos países emergentes, e nesse ponto de vista, o Brasil é um bom exemplo; e o segundo, vem dos problemas no Norte da África e suas consequências nos preços do petróleo", ponderou Strauss-Kahn.

Especificamente sobre o Brasil, o executivo disse que a forte expansão de 7,5% era esperada, mas ressaltou que o governo já adotou medidas fiscais e monetárias para conter o aquecimento. "É de se esperar que economia se desacelere para um nível sustentável", afirmou. Para ele, apesar dos avanços, a redução de pessoas abaixo da linha da pobreza ainda "é um desafio".

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoDesenvolvimento econômicoFMIIndicadores econômicosPIB

Mais de Brasil

Em depoimento ao STF, Cid diz que Bolsonaro 'sempre buscou fraude nas urnas'

Ao STF, Cid diz que Zambelli e Delgatti debateram fraudes nas urnas com Bolsonaro antes da eleição

Cid diz ao STF que recebeu 'dinheiro' de Braga Netto em plano para monitorar Moraes

Greve de caminhoneiros em Minas Gerais ameaça abastecimento de combustível