Agência de notícias
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 08h11.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), foi às redes sociais cobrar a reitoria da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) por conta de um edital de pós-graduação com cotas que prevê a reserva de vagas a alunos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Ele afirma ser “só o que falta, dinheiro do catarinense ter cota para quem é de fora”. Após a repercussão do vídeo, a Udesc publicou uma nota na qual afirma que a prática “não corresponde a uma política institucional e não deverá constar em futuros processos seletivos”.
Lançado em fevereiro deste ano, o edital nº 50/2024 regula a seleção de alunos de pós-graduação em Música, do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) da Udesc. O documento prevê a reserva de quatro vagas para ampla concorrência, três para pretos e pardos, e dois para indígenas, quilombola, transsexuais e pessoas com deficiência. Também há a previsão de uma vaga para graduados no Nordeste, Norte e do Centro-Oeste.
"Já não basta a gente mandar nosso dinheiro para Brasília e voltar uma migalha? Já vou avisando que não concordo. Não vamos aceitar esse absurdo com o dinheiro do catarinense", disse Mello no vídeo publicado nas redes sociais, no qual enfatiza que a universidade é mantida com recursos estaduais.
O governador oficiou à administração da Udesc, da qual cobra informações sobre os critérios adotados para a concessão de vagas na instituição.
A Udesc disse assegurar que “todas as suas políticas de inclusão seguirão a legislação vigente sobre o assunto, bem como os parâmetros constitucionais de igualdade de oportunidades”.
“É importante reforçar que a Udesc é, essencialmente, uma universidade catarinense: dos mais de 12 mil alunos matriculados, cerca de 67% nasceram em Santa Catarina e, quando considerados também os residentes no estado, esse percentual se aproxima de 80%. Portanto, quatro em cada cinco estudantes da universidade são catarinenses, valorizando também a cooperação acadêmica nacional e internacional”, diz a instituição.
A universidade alegou também que “continuará avançando em políticas inclusivas, sempre orientada pela transparência, pelo diálogo com a comunidade acadêmica e pelo compromisso inegociável com o interesse público”.