Segundo dados do governo, aproximadamente 280 mil endereços enfrentavam o que o IBGE classifica como "fragilidade de endereço". (Redes Sociais/Divulgação)
Colaboradora
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 18h03.
Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 18h19.
O governo federal anunciou nesta quarta-feira, 8, que finalizou a atribuição de Códigos de Endereçamento Postal (CEP) para todas as favelas brasileiras mapeadas pelo IBGE.
A medida alcança 12.348 comunidades em 656 municípios, onde residem 16,39 milhões de pessoas — 72,9% delas autodeclaradas pretas ou pardas.
A ação é fruto de uma colaboração entre o Ministério das Cidades e os Correios, iniciada em 2024, com a proposta de universalizar o endereçamento no país até dezembro de 2025.
Segundo dados do governo, aproximadamente 280 mil endereços enfrentavam o que o IBGE classifica como "fragilidade de endereço" — situação que ocorre quando faltam nome de via, numeração ou ambos. Isso afetava cerca de 870 mil brasileiros.
A Secretaria Nacional de Periferias, vinculada ao Ministério das Cidades, destaca que a ausência de endereço formal impedia moradores de acessar serviços essenciais como saúde e educação, além de dificultar a participação em processos seletivos e a inscrição em programas sociais.
Um caso emblemático aconteceu na comunidade Nova Esperança, em Campo Grande (MS). Moradores enfrentavam um surto de sarna humana, mas não recebiam atendimento da unidade de saúde da região porque não tinham CEP.
Após a implementação do código, equipes de saúde e assistência social passaram a atuar regularmente no local, e diversos moradores conseguiram acessar benefícios aos quais já tinham direito.
O programa ainda prevê duas etapas adicionais, sendo que a primeira consiste no detalhamento de logradouros em 300 favelas, com a geração de CEPs individuais para ruas, vielas, becos e travessas. Já a segunda fase envolve a instalação de postos de atendimento dos Correios em 100 comunidades pelo país.