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Governo lança plano para aumentar número de alunos da educação especial em salas comuns; entenda

A meta é chegar ao fim de 2026 com mais de 2 milhões de estudantes da educação especial

Educação especial: governo também quer dobrar o número de escolas que recebem recursos para Salas de Recursos Multifuncionais (Getty/Getty Images)

Educação especial: governo também quer dobrar o número de escolas que recebem recursos para Salas de Recursos Multifuncionais (Getty/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de novembro de 2023 às 11h01.

Última atualização em 22 de novembro de 2023 às 11h31.

O governo federal anunciou nesta terça-feira, 21, investimentos de aproximadamente R$ 3 bilhões, ao longo dos próximos quatro anos, para ampliar o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem de estudantes com algum tipo de deficiência em escolas comuns, além da formação de educadores para atender a esse público.

As medidas fazem parte do Plano de Afirmação e Fortalecimento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Pneepei).

A meta é chegar ao fim de 2026 com mais de 2 milhões de estudantes da educação especial matriculados em classes comuns, além de atingir 169 mil matrículas desse público na educação infantil.

O governo também quer dobrar o número de escolas que recebem recursos para Salas de Recursos Multifuncionais, passando dos atuais 36% para 72% dos estabelecimentos. Essas salas são ambientes dotados de equipamentos, móveis e material didático e pedagógico adequados para oferecer atendimento educacional especializado.

O plano também prevê a criação de 27 observatórios de monitoramento e o lançamento de seis editais para pesquisadores com deficiência.

Caberá ao Ministério da Educação (MEC) coordenar a implantação das medidas, pactuando com Estados, municípios e o Distrito Federal. Os quatro eixos do plano são:

- Expansão do acesso (ênfase na educação infantil para realizar busca ativa, criação de novas turmas e investimento em atenção precoce);

- Qualidade e permanência (ampliar o transporte escolar acessível, a acessibilidade nas escolas e a oferta de Salas de Recursos Multifuncionais, além de garantir Atendimento Educacional Especializado a todo o público da educação especial e regulamentar o trabalho de profissionais de apoio escolar);

- Produção de conhecimento (apoiar pesquisas sobre educação inclusiva e pesquisadores com deficiência e investir na gestão de informações);

- Formação (investir na formação de professores de salas comuns, professores de Atendimento Educacional Especializado e gestores no campo da educação especial na perspectiva da educação inclusiva, além de realizar ações de letramento em educação especial na perspectiva da educação inclusiva e do modelo social da deficiência para trabalhadores do MEC).

“Esse é o investimento mais importante que o poder público pode fazer. Não haverá gasto por parte do governo, mas haverá investimento, porque é obrigação do Estado gostar dos seus filhos”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto.

A solenidade reuniu apoiadores, vários com deficiência e muitos deles crianças. O presidente abraçou-os no começo da cerimônia. No discurso, falou que os governantes precisam “cuidar de gente” e chegou a chorar rapidamente no seguinte trecho de seu discurso: “fazer ponte, viaduto, estrada, fazer um monte de coisa é muito importante, mas governar mesmo é você cuidar de gente, é você cuidar de pessoas. Cuidar de gente é muito difícil”.

Lula também criticou a ideia de homeschooling (ensino domiciliar). Disse que a proposta parte do pressuposto de que todas as famílias têm dinheiro para bancar educação em casa e de que o Estado não tem como prover educação.

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