Brasil

Impeachment é golpe contra programas sociais, diz deputado

Florence disse que o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), tem agido como “conspirador” e “traidor”


	Afonso Florence, líder do PT: o petista também criticou a parecer apresentado por Arantes e acusou o relator de agir a mando de Cunha
 (Wilson Dias/ABr)

Afonso Florence, líder do PT: o petista também criticou a parecer apresentado por Arantes e acusou o relator de agir a mando de Cunha (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2016 às 16h59.

Ao defender voto contrário ao parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), acusou de “golpistas” os que defendem o afastamento de Dilma.

Florence disse que o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), tem agido como “conspirador” e “traidor”.

O petista também criticou a parecer apresentado por Arantes e acusou o relator de agir a mando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de Temer e dos partidos de oposição.

“Não vai ter golpe, porque não é só um golpe, é uma traição ser nomeado articulador político [Temer] e conspirar contra a presidenta. É traição ser presidente da Câmara e rasgar o regimento e a Constituição para acelerar o impeachment e estancar a possibilidade de ser investigado”, disse Florence em sua fala na Comissão Especial do Impeachment.

Todos os líderes de partidos têm direito à palavra antes do início da votação do parecer.

“Esse relatório está contaminado na sua origem porque ele tem o fio único de desestabilizar o país a serviço dos interesses de Eduardo Cunha, Michel Temer e Aécio Neves”, acrescentou.

O petista disse que a eventual aprovação do impeachment seria “uma traição” aos mais pobres e provocaria uma comoção no país.

“Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe, é golpe doloso, é traição ao país, ao povo pobre. E vocês não terão sossego se fizerem isso. Porque o povo irá para as ruas mobilizado para lutar pelas suas conquistas.”

O impedimento de Dilma, segundo Florence, significaria o fim dos programas sociais e o “engavetamento” das investigações da operação Lava Jato.

“A consciência democrática vai reverberar aqui dentro. Vossas excelências que trabalham pelo golpe vão entrar para a história pela lata do lixo. Isso é golpismo contra o povo pobre, contra o Bolsa Família, contra o voto popular”.

Para o líder petista, o relatório pró-impeachment será derrotado na Comissão Especial e também no plenário da Câmara.

Acompanhe tudo sobre:PT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilImpeachmentPartidos políticosCâmara dos Deputados

Mais de Brasil

Hugo Motta pauta projeto que endurece punição contra aliciamento de menores online

Reforma administrativa prevê fim das férias de 60 dias para servidores públicos

Brasil contesta investigação dos EUA e reforça defesa do Pix, agro e combate ao desmatamento

Adultização: o que diz o PL sobre proteção de crianças nas redes e quais são as principais mudanças