Trem da CPTM: linha 7-rubi foi leiloada nesta quinta (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 2 de novembro de 2025 às 09h00.
A TIC Trens, concessionária responsável pela operação da linha 7-Rubi e pela construção e operação do trem intercidades entre São Paulo e Campinas, tem um plano para diminuir as reclamações dos usuários durante o período de obras aos finais de semana.
"Queremos fazer esse tipo de comunicação mais direta para que as pessoas possam se programar. Porque quando o passageiro tem previsibilidade, já vai com um espirito mais tranquilo", afirma Pedro Moro, CEO da TIC Trens, em entrevista ao EXAME Infra, podcast realizado pela EXAME em parceria com a empresa Suporte.
Hoje, durante as obras, que normalmente ocorrem aos finais de semanas, as concessionárias, a CPTM e o Metrô apenas informam os passageiros o tempo de intervalo maior entre os trens, que pode variar de 30 minutos até 45 minutos.
A ideia da TIC é informar o horário exato ou aproximado que o trem estará nas estações durante obras que façam a linha 7-Rubi circular com uma via única entre dois trechos.
Além das melhorias das estações do ramal, o trem intercidades terá um trecho que conversará com o traçado da linha 7-Rubi. Por isso, será necessário fazer a obra enquanto a operação da linha segue em operação. A previsão é que as obras a partir de Jundiai comecem a partir de 2027.
"É aquela história. O transtorno é passageiro, mas a obra ficará para sempre", afirma.
Moro diz que o que irrita o passageiro é chegar na estação e ter que esperar um longo período. Com a previsão de horário, as pessoas podem sair de casa mais próximo do momento em que o trem passará na estação.
"Ao invés de comunicador o tempo de intervalo, vamos avisar que o trem vai passar às 8h35 ou 9h05, e na outra estação as 9h10. Ou se não conseguir informar o horário exato, pelo menos vamos falar que entre 9h35 e 9h38 o seu trem estará nessa estação", afirma.
O executivo, que já atuou na CPTM e no Metrô, afirma que quer trazer boas práticas que implementou quando era presidente da CPTM, com uma comunicação leve e próxima da população.
"O desafio de fazer a obra com o trem em movimento passa não só pela engenharia pela manutenção da qualidade do serviço e como a população enxerga oferecendo esse serviço. A comunicação é fundamental e vamos usar todos os canais possíveis para que o passageiro seja comunicado", afirma.
Moro também detalhou a expectativa da concessionária para o início da operação integral da Linha 7-Rubi. A partir de 26 de novembro, o período de transição com a CPTM será concluído.
"Tivemos os primeiros meses para mobilizar toda nossa estrutura, fazer as contratações necessárias, preparar os documentos que deveriam ser entregues ao poder concedente. E, nos últimos 12 meses, foi feita a transferência de todo o conhecimento da CPTM para nossos funcionários", relata.
O executivo afirma que o período de 18 meses — que incluiu treinamento e operação assistida entre o público e o privado — foi essencial para garantir a qualidade da operação.
"Isso foi muito importante. Essa relação com a CPTM foi fundamental. Todo o time foi parceiro, entregou todo o conhecimento necessário e participou do processo. Conseguimos montar uma estrutura completa para que, a partir de 26 de novembro, possamos operar com tranquilidade e com o nível de qualidade que a Linha 7-Rubi já oferece", afirma.
Moro defende que o sistema metroferroviário é essencial para acelerar o deslocamento da população nas áreas mais densas das cidades brasileiras. Ele argumenta que o transporte individual, táxis e aplicativos devem ser utilizados apenas para o chamado “último quilômetro”, como forma de aliviar o trânsito.
"A cidade de São Paulo e a região metropolitana cresceram de forma desordenada. Existe uma dificuldade em ampliar grandes avenidas e corredores de ônibus sem impacto de desapropriação. A maioria dos empregos está concentrada na região central", afirma. "São pequenas ações. Às vezes, uma nova estação já reduz o tempo de viagem. Isso é melhorar a qualidade de vida. O mundo inteiro está fazendo isso. Chegou a nossa hora", diz.