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INSS: Lula admite demora na investigação e atribui início das fraudes ao governo Bolsonaro

Presidente também disse não ter pressa para 'ir a fundo' na coibição das quadrilhas e afirmou que gestãon ainda estuda plano de ressarcimento das vítimas

Lula concede entrevista coletiva em último dia de viagem à Rússia  (Ricardo Stuckert)

Lula concede entrevista coletiva em último dia de viagem à Rússia (Ricardo Stuckert)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 10 de maio de 2025 às 12h57.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado, 10, que a demora para o encaminhamento da crise do INSS acontece para que não ocorra "pirotecnia" que atrapalhe o avanço das investigações sob as quadrilhas. Durante uma entrevista coletiva concedida em seu último dia de viagem na Rússia, o mandatário também atribuiu o início dos descontos fraudulentos ao governo Bolsonaro. Na ocasião, ele também foi questionado sobre a velocidade para a elaboração de planos para a reparação das vítimas.

— Tanto a Controladoria-Geral da União quanto a Polícia Federal foram a fundo para chegar no coração da quadrilha. Se tivesse feito um carnaval um ano atrás, possivelmente teria parado no carnaval, como acontece em todas as denúncias. Você faz um show de pirotecnia em uma semana, na outra semana sai da pirotecnia e esquece — disse o presidente.

Pressionado pela oposição bolsonarista, que argumenta que um relatório emitido pela CGU indica maior número de denúncias com Lula na presidência, o mandatário atribuiu o início das fraudes ao governo Bolsonaro. Desde a operação deflagrada pela PF contra o esquema no mês passado, o discurso sustentado por ele é de que as fraudes foram iniciadas durante o governo passado e coibido pelas autoridades apenas na gestão atual.

— Nós resolvemos desmontar uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019 — afirmou Lula.

Questionado sobre o ressarcimento das vítimas do esquema, o presidente disse que o governo ainda precisa sistematizar a extensão da fraude e receber as denúncias de todos os beneficiários do INSS que tenham sido debitados irregularmente.

— Devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas que foram enganadas. A quantidade de pessoas que teve o seu nome em uma lista sem que eles tivessem assinado. Porque aqueles que assinaram, sabe, autorizaram— ele respondeu.— O crime foi um assalto a aposentados e pensionistas nesse país. O que eu acho mais grave: eles não foram no cofre do INSS, eles foram no bolso do povo. Isso nos deixa mais revoltados e por isso vamos a fundo para saber quem é quem nesse jogo e se tinha alguém do governo passado envolvido nisso. Não tenho pressa.

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