Brasil

Júri de pagodeiro acusado de matar a ex recomeça hoje

A polícia diz que a mulher se jogou porque Evandro Gomes Correia Filho, foragido há três anos, a ameaçou com uma faca


	Símbolo da Justiça: a defesa do pagodeiro quer mostrar que Andréia tinha problemas psicológicos e morreu porque se suicidou
 (Divulgação)

Símbolo da Justiça: a defesa do pagodeiro quer mostrar que Andréia tinha problemas psicológicos e morreu porque se suicidou (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 11h29.

São Paulo - Adiado em maio, o novo júri do pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho, acusado de matar a ex-mulher, a operadora de caixa Andréia Cristina Nóbrega Bezerra, e de tentar matar o filho dos dois, Lucas, em 2008, deve começar na manhã desta quarta-feira, 11, no Fórum Criminal de Guarulhos. Após três anos foragido, ele poderá se apresentar ao interrogatório no banco dos réus. Ao menos é o que promete seu advogado, Ademar Gomes, que afirma não falar com ele há quinze dias.

O julgamento foi agendado para as 10h. "Ele está no Nordeste e está vindo. Não sei muito sobre o paradeiro dele", afirma o defensor, que depois de apresentar novas provas acabou por adiar a primeira data do júri, em maio. O promotor do caso, Rodrigo Merli Antunes, pediu que o juiz rejeitasse as provas. Por precaução, o material foi levado à perícia.

Segundo o relatório do Instituto de Criminalística (IC) entregue na semana passada, o celular do réu já era fabricado em 2007 - não foi especificado a data de aquisição do objeto. Foram transcritas mensagens que a vítima teria mandado a ele, nas quais ela pedia dinheiro.

A defesa quer mostrar que Andréia tinha problemas psicológicos e morreu porque se suicidou. Supostos bilhetes de despedida datados de antes da morte foram apresentados à Justiça.

Na versão do réu, Andréia não aceitava o rompimento do relacionamento e queria que os dois criassem juntos o filho. Ela o procuraria insistentemente e, na data do crime, tomou uma atitude "possessiva e ciumenta" e se desesperou quando descobriu que o ex tinha outro filho.

Andréia morreu após cair da janela do terceiro andar do prédio onde morava, em Guarulhos, enquanto o menino foi internado com uma fratura do maxilar, após cair sobre a marquise da edificação. A polícia diz que ela se jogou porque o pagodeiro a ameaçou com uma faca. O filho, hoje com 9 anos, está entre as testemunhas de acusação, que quer mostrar que o réu é violento.

"Vamos tentar demonstrar por testemunhas que ele (Evandro) infernizava a Andréia", diz o promotor. "Mesmo com outros relacionamentos e outro filho, ela era a primeira mulher dele. É o primeiro amor que ele não poderia perder".

Para a defesa, a vítima estava, na verdade, desequilibrada. Ex-namoradas que teriam sido perseguidas pela mulher darão o seu depoimento, segundo o advogado. Um parecer do psiquiatra forense será mostrado ao júri para confirmar a linha de defesa de que Andréia estava fora de si.

Para o novo júri, foram também reunidos pela defesa vídeos para serem mostrados aos jurados que não estavam previstos na primeira tentativa de audiência. A maioria são reportagens de TV, nas quais o próprio advogado do réu é o entrevistado. Há também o filme 'Amar foi a minha ruína', de 1955. A protagonista é uma mulher que engana o marido e comete vários crimes por um ciúme descontrolado.

Acompanhe tudo sobre:Crimecrime-no-brasilJustiçaPrisões

Mais de Brasil

Não é só Bolsonaro: 13,5% das prisões do Brasil são domiciliares com uso de tornozeleira eletrônica

Quais são as 10 cidades mais violentas do Brasil? Veja ranking

Quais são as 10 estados mais violentos do Brasil? Veja ranking

'Se ele estiver trucando, vai tomar um seis', diz Lula sobre tarifa de Trump