Brasil

Justiça anula lei que cria o Parque Minhocão no centro de São Paulo

O parque ainda não existe concretamente, mas gestão Bruno Covas (PSDB) tem plano de construir uma área verde no local, com abertura a partir do ano que vem

Parque Minhocão: a decisão da Justiça se baseou em lei que proíbe vereadores de criarem gastos extras para a Prefeitura (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Parque Minhocão: a decisão da Justiça se baseou em lei que proíbe vereadores de criarem gastos extras para a Prefeitura (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de junho de 2019 às 19h37.

Última atualização em 13 de junho de 2019 às 20h14.

O desembargador Salles Rossi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu liminar que torna nula a lei que criou o Parque Minhocão na cidade de São Paulo.

O parque ainda não existe concretamente — o Elevado Presidente João Goulart é fechado para carros à noite e nos fins de semana, atraindo a população —, mas a gestão Bruno Covas (PSDB) tem plano de construir uma área verde no local, já a partir do segundo semestre deste ano, com abertura do parque no ano que vem.

 

Rossi atendeu a pedido do procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, que argumentou que a lei que cria o parque é inconstitucional. Já Smanio ingressou a ação contra a lei a pedido do vereador paulistano Caio Miranda (PSB). O argumento é que ela viola outra legislação, que proíbe vereadores de criarem gastos extras para a Prefeitura. É o chamado "vício de iniciativa".

No caso, a lei que cria o parque é de autoria do vereador José Police Neto (PSD). Ao jornal O Estado de S. Paulo, ele argumentou que criou o projeto o Plano Diretor, aprovado em 2014. O plano previa que, até 2024, a cidade teria de desativar o Minhocão, deixando em aberto se a desativação implicaria em um parque ou na demolição do elevado.

Miranda diz que, mesmo dessa forma, o projeto para criar o parque deveria partir do Executivo, e a lei é nula. O vereador defende que a cidade faça mais estudos e tem atuado a favor da demolição da estrutura.

A suspensão da lei, se confirmada no decorrer do processo judicial, não impede que o plano de Covas de fazer o parque siga adiante. Nos bastidores da Prefeitura, segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, já se discute a edição de um decreto municipal do prefeito nos moldes da lei, o que superaria a questão do vício de iniciativa.

Em seu despacho, Rossi afirma que a suspensão da lei "justifica-se na medida em que a abrupta desativação de importante via de circulação causaria grande impacto urbanístico, além do risco de irreversibilidade, caso criado o parque municipal no lugar do elevado".

Por meio de nota, a gestão Covas informou que "a Procuradoria Geral do Município ainda não foi notificada sobre a decisão".

Acompanhe tudo sobre:PrefeiturasSão Paulo capital

Mais de Brasil

Licença de Eduardo Bolsonaro termina neste domingo; veja o que pode acontecer

Eduardo aumenta condutas ilícitas após tornozeleira em Bolsonaro, diz Moraes

AGU pede que STF investigue ação suspeita antes de tarifaço no inquérito contra Eduardo Bolsonaro

Incêndio em Barueri, na Grande São Paulo, atinge galpões comerciais