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Lula defende Temer no núcleo duro do governo, diz Calheiros

Segundo o ex-presidente, o PMDB precisa, sim, ter um papel de protagonista na coalizão que apoia Dilma


	Temer e Calheiros: "ninguém melhor do que o Michel interpreta o partido como um todo, ele é o próprio presidente", disse Renan
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Temer e Calheiros: "ninguém melhor do que o Michel interpreta o partido como um todo, ele é o próprio presidente", disse Renan (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 15h16.

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira, 26, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu esta manhã que o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, faça parte do núcleo duro do governo Dilma Rousseff.

Segundo Lula, o PMDB precisa, sim, ter um papel de protagonista na coalizão que apoia o governo da petista.

Renan Calheiros foi anfitrião de um café da manhã em sua residência oficial do qual participaram Lula e lideranças do PMDB como o líder da bancada no Senado, Eunício Oliveira (CE), os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Roberto Requião (PMDB-PR), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Edison Lobão (PMDB-MA), o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP), entre outros convidados.

O presidente do Senado disse que Lula lembrou no encontro que o vice dele, José Alencar, participava de "todas as decisões" do governo e que a mesma conduta deveria ocorrer agora.

"É preciso que o governo envolva o vice-presidente Michel Temer em todas as decisões porque ninguém melhor do que o Michel interpreta o partido como um todo, ele é o próprio presidente", disse Renan, em entrevista na chegada ao seu gabinete no Senado.

Atualmente, o governo mantém um núcleo duro formado por seis ministros filiados ao PT - batizado de G-6 - que participam das principais decisões do Executivo.

O PMDB - partido que comanda o Senado e a Câmara e que tem a maior bancada nas duas Casas Legislativas - queixa-se do fato de ser alijado das discussões do Palácio do Planalto.

O peemedebista, que qualificou o encontro como "muito bom" por conta das "afinidades", disse que o ex-presidente não cobrou dos presentes apoio específico para a aprovação, pelo Congresso, do pacote de ajuste fiscal do governo.

"O presidente (Lula) não falou especificamente, mas ele demonstrou especificamente muitas convergências com todos nós e pediu apoio para que sejam construídas saídas políticas e econômicas para o Brasil. Ele é sempre um otimista e, mais uma vez, ele fez uma defesa veemente desse otimismo", afirmou.

Renan Calheiros disse que os peemedebistas afirmaram a Lula que o ajuste é "insuficiente" e "pífio" e reafirmou que o PMDB defende um esforço mais amplo com cortes de gastos do próprio Executivo e revisão de contratos. Segundo ele, o ex-presidente concordou com o diagnóstico.

"Ele (Lula) concorda que deve haver um ajuste mais amplo, nós defendemos isso. Aliás, o PMDB está muito unido em torno dessa possibilidade para que tenhamos um ajuste com começo, meio e fim, para que todos saibam que o ajuste não ficará apenas naquelas medidas anunciadas contidas nas medidas provisórias que transferem uma parte do problema para a parcela mais pobre da população. É preciso construir alternativas para o ajuste", disse Renan.

O ex-presidente, segundo Renan, afirmou ter demonstrado "preocupações" com o momento econômico atual. O presidente do Senado disse que Lula defendeu a necessidade de encadear as ações, desenvolver as políticas públicas e apresentá-las à sociedade a fim de seguir em frente "olhando para o crescimento do Brasil".

O presidente do Senado disse que Lula tem buscado conversar com a sociedade e com atores políticos - ele lembrou que nessa quinta, 25, o ex-presidente participou de um jantar com a bancada do PT no Senado.

Renan disse que ele e o País entendem que o papel do petista é "fundamental" e "insubstituível", assim como de outros ex-presidentes da República.

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