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Lula quer conversar com Motta e Alcolumbre após derrubada do decreto do IOF, diz líder do governo

A suspensão do decreto foi aprovada na Câmara e no Senado. A votação nas duas casas ocorreu na noite desta quarta-feira.

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de junho de 2025 às 20h38.

Última atualização em 25 de junho de 2025 às 20h53.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), afirmou nesta quarta-feira, 25, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversará com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), após o Congresso derrubar o decreto que eleva as alíquotas do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).

"O presidente vai esperar as nossas votações e gostará de ter uma conversa com o senhor [Alcolumbre] e com o presidente da Câmara, Hugo Motta. É óbvio que, se o senhor perguntar se ele [Lula] gosta da matéria, não gosta. Porque o presidente acha que o decreto foi amenizado e fruto de um acordo. E, de repente, o acordo, que é a mola mestra do Congresso, não foi cumprido", afirmou durante fala no plenário do Senado.

A suspensão do decreto foi aprovada na Câmara e no Senado. A votação nas duas casas ocorreu na noite desta quarta-feira.

O líder do governo disse ainda que considera a votação "bastante traumática" para as relações internas da Câmara e do Senado e relembrou a reunião realizada com líderes do Congresso e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"Essa Casa vive, e eu sou testemunha, de cumprir-se acordos. Foi feito um acordo, que está sendo cumprido, com vários líderes participando e o ministro da Fazenda", disse.

Sobre o mérito, Wagner afirmou que considera o PDL inconstitucional, pois o decreto do governo não exorbita sua competência. O senador declarou que a medida "não encontra abrigo na Constituição", mas que o governo não decidiu qual será o próximo passo após a decisão do Congresso.

É a primeira vez desde 1992, 33 anos, que um decreto presidencial do então presidente Fernando Collor foi derrubado pelo Congresso. Nos últimos anos, a Câmara e o Senado aprovaram, de forma isolada, a derrubada de alguns decretos presidenciais. Em todos os outros casos em que um PDL chegou a ser votado, o governo recuou e revisou sua proposta.

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