Redação Exame
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 13h57.
A Carteira de Identidade Nacional (CIN), que começou a ser implementada no Brasil para padronizar a identificação dos cidadãos, tem se mostrado mais segura em relação aos documentos tradicionais, como o RG, a CNH e o DNI.
Um levantamento da Serasa Experian, realizado em comemoração ao Dia Nacional da Identidade, analisou mais de 30 milhões de transações financeiras entre janeiro e agosto de 2025 e revelou que a CIN oferece uma proteção mais eficaz contra tentativas de falsificação.
Segundo o estudo, 86,9% das CIN aprovadas apresentaram um risco de fraude praticamente nulo, superando todos os outros documentos analisados.
Em comparação, o RG teve uma taxa de segurança de 80,6%, e, em cálculos proporcionais, a nova carteira de identidade demonstrou ser até 10 vezes mais resistente a fraudes do que o RG. Além disso, a CIN é cinco vezes mais segura que a CNH e quatro vezes mais segura que o DNI.
A segurança adicional da CIN é atribuída à sua utilização de tecnologias antifraude avançadas, que dificultam a falsificação.
Caio Rocha, diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, destaca que a modernização e padronização dos documentos são essenciais para reduzir os riscos em um mundo cada vez mais digitalizado. "A CIN facilita a verificação de identidade de forma mais segura e confiável, sendo um passo importante na construção de um ecossistema digital mais seguro", explica Rocha.
A CIN será implementada como um número único e nacional, equivalente ao CPF, e deve substituir o RG até 2032.
Uma das principais vantagens da nova identidade é sua padronização, que elimina as variações de segurança observadas nas versões do RG emitidas em diferentes estados.
O documento também é equipado com recursos como QR Code e MRZ (zona de leitura automática), que permitem checagens digitais mais rápidas e seguras, dificultando a adulteração.
Além disso, a CIN pode incorporar dados complementares, como a CNH, carteira de trabalho e tipo sanguíneo, e exige atualizações periódicas de acordo com a faixa etária do portador. Isso garante que o documento esteja sempre atualizado e seguro contra o uso de versões desatualizadas.
Embora a CIN apresente um desempenho superior, o estudo também identificou alguns casos de risco no processo de autenticação.
As principais tentativas de fraude estão relacionadas ao Facematch (41,1%), que ocorre quando a imagem facial do portador não é reconhecida ou apresenta divergências com a base de dados oficial, e à verificação cadastral (36,3%), que envolve discrepâncias nos dados pessoais fornecidos pelo portador.
Outras tentativas de fraude incluem a captura de uma "foto de tela" do documento e problemas com biometria, quando a imagem facial não corresponde à versão já validada, indicando uma possível fraude. Essas situações ressaltam a importância da verificação contínua de dados e da utilização de tecnologias que garantam a autenticidade do documento.