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Mesmo com nova proposta, greve de professor continua

Pela proposta, o bônus seria pago em três parcelas: em maio de 2015 e no mesmo mês de 2016 e 2017


	 Eles rejeitaram a proposta da prefeitura de estender o abono de 15,38%
 (Marcelo Camargo/ABr)

 Eles rejeitaram a proposta da prefeitura de estender o abono de 15,38% (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2014 às 10h28.

São Paulo - Mesmo com nova proposta do governo - e sob gritos de "não tem arrego", após 38 dias de paralisação -, os professores da rede municipal de São Paulo decidiram manter a greve da categoria por tempo indeterminado. Resolveram ainda acampar na frente da Prefeitura e pressionar a Câmara Municipal.

A decisão foi tomada em assembleia realizada por volta das 17h40 na frente da sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, centro da capital. Cerca de 5 mil pessoas acompanharam o ato. Eles rejeitaram a proposta apresentada mais cedo pela gestão Fernando Haddad (PT) de estender o abono de 15,38%, inicialmente previsto apenas para quem ganha o piso, para toda a categoria, a partir do ano que vem.

Pela proposta, o bônus seria pago em três parcelas: em maio de 2015 e no mesmo mês de 2016 e 2017. Os professores esperavam a primeira parcela ainda neste ano - e uma definição sobre o valor que será concedido em cada uma. "Não se define quanto vamos receber em 2015 ou em 2016.

O governo pode acabar e deixar tudo para 2017 sem assumir nenhum compromisso com a categoria", discursou Claudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem). "A categoria não pode sair humilhada desse jeito de uma greve", disse.

A manutenção da paralisação foi apoiada pelos participantes do protesto. Em seguida, o sindicato pediu mobilização total dos docentes, até mesmo dos diretores de escolas, para votação do projeto que prevê o bônus, na Câmara Municipal. Se não houver ajuste na proposta a ser votada pelos vereadores, os professores ameaçam fechar a Marginal do Pinheiros. Alguns deles continuarão acampados na frente da Prefeitura, em 30 barracas, em protesto.

Visivelmente nervoso, o secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, concedeu uma coletiva à imprensa logo após a assembleia dos professores. Ele acusou a categoria de promover situação que "está chegando ao limite do insuportável e do intolerável".

"O prefeito já sinalizou a boa vontade de mandar o substitutivo para a Câmara e conceder o bônus para toda a categoria em três vezes a partir de maio de 2015. Até mesmo houve compromisso do prefeito de cortar gastos para fazer recomposição salarial. Por isso, é inaceitável a posição de intransigência dos sindicalistas. Os alunos estão sendo prejudicados."

Callegari encerrou a entrevista rapidamente, dizendo que o governo tinha a convicção de que a proposta seria aceita. "Quer mais o quê? Não era isso que eles estavam pedindo? Então que voltem ao trabalho", disse o secretário, que citou o piso de R$ 3 mil "como o maior do Brasil".

‘Pelada’

Outro protesto na frente da Prefeitura envolveu moradores de rua. Eles e participantes da Pastoral de Rua jogaram futebol na Libero Badaró, no centro, em ato simbólico contra a Copa do Mundo. Liderados pelo padre Júlio Lancellotti, também colocaram fogo em uma réplica da taça. O padre disse que os moradores de rua iriam dormir na frente da Prefeitura porque a Tropa de Choque teria retirado os que viviam sob o Viaduto Alcântara Machado. Para Lancellotti, tratou-se de uma medida "higienista" às vésperas da Copa. Procurada, a Polícia Militar alegou que só acompanhava uma "reintegração de posse" solicitada pela Prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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