Neste ano, o governo pretende usar a data para tratar da soberania nacional e patriotismo, em um embate com a base bolsonarista e após o tarifaço anunciado pelos EUA (Eduardo Frazão/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 7 de setembro de 2025 às 09h16.
O desfile de 7 de Setembro que ocorre neste domingo em Brasília deve reunir ministros e autoridades do governo Lula, mas também terá ausências que chamam atenção. Entre os nomes confirmados estão ministros do União Brasil e do Progressistas, partidos que formalizaram na última semana o desembarque da base.
Para o Planalto, a presença desses ministros sinaliza que, apesar da saída formal, ainda há integrantes da cúpula comprometidos com a agenda do governo. André Fufuca (Esportes), Waldez Goés (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações) são presenças confirmadas.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, é presença certa, central na liturgia militar da cerimônia. Os ministros que compõem o núcleo mais duro do governo, os petistas Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, também estarão ao lado do presidente.
Ausências, contudo, marcam o evento. No Judiciário, não estarão presentes o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Edson Fachin. No Legislativo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), acompanhará o desfile em Macapá, enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta, não havia confirmado presença.
A ausência de Alcolumbre ocorre em meio às discussões sobre a anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro. O presidente do Senado já se posicionou contra um perdão amplo e irrestrito, mas a discussão tem avançado, entre dificuldades no Congresso.
Outro político que não estará no palanque é o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que viajou a Washington, nos Estados Unidos, para um evento empresarial do grupo Lide.
Neste ano, o governo pretende usar a data para tratar da soberania nacional e patriotismo, em um embate claro com a base bolsonarista e após o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os desfiles ocorrem neste domingo, pela manhã, na Esplanada dos Ministérios.
O contraponto bolsonarista na Paulista
Enquanto Brasília concentra a solenidade institucional, em São Paulo aliados de Jair Bolsonaro organizam uma manifestação na Avenida Paulista. O ato tem como eixo a defesa da anistia e críticas ao julgamento do ex-presidente no Supremo, buscando mobilizar a base conservadora e demonstrar força política nas ruas.
Entre os confirmados estão governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Romeu Zema (Novo) e Jorginho Mello (PL), além do senador Rogério Marinho (PL-RN) e deputados alinhados ao bolsonarismo, como Sóstenes Cavalcante, Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer. Lideranças religiosas, como Silas Malafaia e Marco Feliciano, e Michelle Bolsonaro devem marcar presença, reforçando o papel da mobilização social dentro da estratégia política da oposição.
A ex-primeira-dama condicionou sua ida à saúde de Bolsonaro, que tem enfrentado crises de soluços recorrentes. Os episódios ocorrem em decorrência da facada sofrida durante as eleições de 2018. Caso não compareça, um áudio de Michelle será transmitido no ato.