Brasil

Motta cria grupo de trabalho sobre reforma administrativa com deputado do PSD como coordenador

Colegiado terá o prazo de 45 dias para conclusão dos trabalhos e elaborar um projeto

O deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) em sessão na Câmara: preocupação com vídeo íntimo o afastou da chapa de Eduardo Paes  (Bruno Spada/Câmara dos Deputados/26-03-2024)

O deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) em sessão na Câmara: preocupação com vídeo íntimo o afastou da chapa de Eduardo Paes (Bruno Spada/Câmara dos Deputados/26-03-2024)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 29 de maio de 2025 às 12h27.

Última atualização em 29 de maio de 2025 às 12h37.

Enquanto decide se irá pautar a derrubada do decreto do IOF, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), oficializou a criação de um grupo de trabalho para analisar a reforma administrativa, estacionada no Congresso há anos. O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) será o coordenador das discussões.

Ontem, ao classificar o decreto do IOF de “infeliz”, ele citou a reforma administrativa, projeto que Motta tenta avançar como uma bandeira do seu mandato.

— Esta presidência tem se esforçado para conseguir avançar em pautas positivas para o país, por exemplo, o grupo de trabalho que trata da eficiência da máquina pública, da reforma administrativa. Essa é uma medida que eu penso ser urgente para o país, como tantas outras que eu penso que podem vir em substituição a essa infeliz medida que o governo adotou — disse Motta em plenário na quarta-feira.

O grupo de trabalho terá o prazo de 45 dias para conclusão dos trabalhos e elaborar um projeto. Não há ainda perspectiva conhecida sobre prazos para se votar a reforma.

Existe uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema de 2021 que já está pronta para ser votada em plenário, mas o tema ainda não tem consenso no Congresso.

Paralelamente, o governo também vem tratando sobre o tema com os parlamentares. Nesta semana, a ministra da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos, Esther Dweck, se reuniu com deputados que farão grupo de trabalho da reforma administrativa da Câmara dos Deputados.

Na ocasião, Dweck ressaltou que o governo federal está empenhado em cooperar com as discussões e destacou que o MGI foi criado com a missão de modernizar a administração pública.

— A gente não usa o termo reforma administrativa porque ela estava associada a uma ideia de redução do Estado e a nossa visão é de melhoria da capacidade do Estado de prestar serviços públicos e de valorização dos servidores — salientou a ministra.

Desde que assumiu a presidência da Casa, Motta tem dito que quer a reforma administrativa como o grande “legado” de sua gestão.

O relator escolhido para o grupo de trabalho foi o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), que compareceu à reunião com a ministra nesta quarta. Além dele, também estavam presentes os deputados Zé Trovão (PL-SP), e Fausto Jr. (União-AM).

O deputado Pedro Paulo, coordenador do Grupo de Trabalho, reforçou que o objetivo do grupo não é retirar direitos de servidores públicos.

— A gente não acredita em fim da estabilidade, a gente acredita que o servidor é agente dessa transformação. Ele é o instrumento dessa transformação, sem ele nada é possível — disse ele.

Entenda

Como mostrou O Globo, o governo estima que 153,6 mil funcionários públicos federais irão se aposentar em uma década, entre este ano e 2034, o que deve aumentar a pressão sobre os serviços estatais. Isso representa um quarto do quadro total de servidores do Executivo.

Ao mesmo tempo que o poder público digitaliza mais atividades, reduzindo a necessidade de novas contratações, o Ministério da Gestão (MGI) realiza um trabalho de dimensionamento da máquina pública para definir quantos concursos serão necessários para repor a força de trabalho. Para especialistas, é necessário avançar em uma reforma administrativa antes de se falar em concursos.

O Executivo federal tem hoje 570,5 mil servidores ativos. Ou seja, se as previsões do governo se confirmarem, 26,9% dos funcionários em atividade irão se aposentar nesta década. Pelas contas do MGI, o pico das aposentadorias deve ocorrer neste ano, quando 24,2 mil servidores estarão aptos a deixar o setor público, segundo dados da pasta. Outros 18,1 mil também poderão deixar o serviço público federal até o fim do governo Lula.

Acompanhe tudo sobre:Hugo MottaCâmara dos DeputadosPSD – Partido Social Democrático

Mais de Brasil

Lula deveria agir como Milei ao negociar tarifas com Trump, diz Bolsonaro

Moraes dispensa Múcio de depor como testemunha em ação da trama golpista

Valdemar diz que foi pressionado por deputados a questionar urnas eletrônicas

PGR diz que depoimentos de Mauro Cid na trama golpista foram 'superficiais e pouco elucidativos'