Brasil

Na Câmara, é tempo de Murici

O afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado e, por isso, da presidência da Câmara, pelo Supremo jogou a casa numa situação de instabilidade total. E abriu uma nova guerra de poder. O novo presidente é o deputado Waldir Maranhão, do PP. Membro do baixo clero, Maranhão também é investigado na Lava-Jato e, no entender […]

WALDIR MARANHÃO: presidente interino substituiu Eduardo Cunha / Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

WALDIR MARANHÃO: presidente interino substituiu Eduardo Cunha / Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2016 às 06h15.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h11.

O afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado e, por isso, da presidência da Câmara, pelo Supremo jogou a casa numa situação de instabilidade total. E abriu uma nova guerra de poder. O novo presidente é o deputado Waldir Maranhão, do PP. Membro do baixo clero, Maranhão também é investigado na Lava-Jato e, no entender dos parlamentares, não tem capacidade de lidar com o cargo. Claudicante, ontem encerrou e recomeçou a sessão por pressão de seus colegas.

O final de semana em Brasília deve ser de muita discussão – e articulações – sobre o desfecho do cargo. Os debates são importantíssimos, e urgentes. Um eventual governo de Michel Temer conta com a força de articulação no Congresso para aprovar com rapidez projetos econômicos que tragam confiança para seu governo.

Às 19h de ontem a oposição divulgou uma nota, assinada pelo PSDB, DEM, PPS e PSB, afirmando que, como o Supremo não fixou prazo para o retorno de Cunha nem para o desfecho da ação penal, consideram que a presidência está vaga e exigiram imediata realização de novas eleições, para restabelecer a “normalidade” e retomar a atividade parlamentar. Juntos, somam 115 deputados.

Os aliados de Cunha entendem que não é possível convocar novas eleições porque o cargo não está vago – Maranhão, portanto, teria direito a completar o mandato de Cunha, até fevereiro de 2017. Apesar disso, os partidos do chamado Centrão tentam emplacar o deputado Rogério Rosso, que presidiu a Comissão de Impeachment. Juntos, PP, PR, PTB, PSD e PRB têm mais de 164 votos.

Oito dos dez integrantes da mesa diretora são alvos de processo na Justiça. Aliado de Cunha, o deputado Beto Mansur é recordista com 47 ocorrências – que incluem até trabalho escravo. “A Câmara está acéfala, como o governo. Isso é um caso inédito. Esquece tudo que está em pauta, a agenda sumiu. Todos só pensam em sobreviver”, diz André César Pereira, sócio da Hold Assessoria Parlamentar. É tempo de Murici – cada um cuida de si.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Brasil

Licença de Eduardo Bolsonaro termina neste domingo; veja o que pode acontecer

Eduardo aumenta condutas ilícitas após tornozeleira em Bolsonaro, diz Moraes

AGU pede que STF investigue ação suspeita antes de tarifaço no inquérito contra Eduardo Bolsonaro

Incêndio em Barueri, na Grande São Paulo, atinge galpões comerciais