Ex-presidente Jair Bolsonaro, com tornozeleira eletrônica, deixa o Congresso em Brasília enquanto aguarda julgamento por suposta tentativa de golpe
Redatora
Publicado em 24 de julho de 2025 às 17h06.
Dados do relatório Segurança em Números 2025, divulgados nesta quinta-feira, 24, mostram que 13,5% da população prisional brasileira cumpre pena em regime domiciliar com monitoramento eletrônico.
O número representa uma parcela significativa do total de 909.594 pessoas privadas de liberdade no país, sendo a tornozeleira eletrônica o recurso utilizado para acompanhar o cumprimento das restrições judiciais fora do ambiente penitenciário.
O levantamento aponta que cerca de 123 mil pessoas estavam nessa condição em 2024, refletindo a expansão das medidas alternativas ao encarceramento tradicional.
A tornozeleira tem sido adotada tanto em decisões judiciais de primeira instância quanto em concessões de instâncias superiores, como no caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve a medida determinada no âmbito do inquérito das milícias digitais.
O uso da tornozeleira eletrônica vem crescendo no Brasil como uma alternativa para reduzir o impacto da superlotação nas unidades prisionais. Segundo o relatório, 20,3% da população carcerária trabalha dentro ou fora do sistema, e a adoção de monitoramento remoto permite a continuidade dessas atividades sob vigilância.
Além disso, decisões judiciais têm utilizado o recurso para aplicar medidas cautelares e proteger vítimas de violência doméstica, com base na Lei Maria da Penha.
A distribuição desse tipo de prisão varia entre os estados, de acordo com a capacidade técnica, cobertura de rede e infraestrutura do sistema penal local.
O relatório também destaca que o déficit nacional de vagas prisionais é de 10,6%, o que pressiona o Judiciário a aplicar medidas alternativas, especialmente em casos de réus primários, mulheres gestantes ou indivíduos em regime semiaberto.