Brasil

Não perco um minuto do meu dia com a Lava Jato, diz Jucá

Segundo ele, os diálogos fazem parte de uma conversa extensa e não podem ser avaliados como frases soltas divulgadas pela reportagem


	Romero Jucá: “Não perco um minuto do meu dia de preocupação com a Operação Lava Jato”
 (Adriano Machado / Reuters)

Romero Jucá: “Não perco um minuto do meu dia de preocupação com a Operação Lava Jato” (Adriano Machado / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2016 às 15h14.

Depois de afirmar que não pensa em deixar o cargo, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse hoje (23) estar tranquilo, focado no trabalho, e destacou que a semana será longa, porque prepara novas medidas na área econômica com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Jucá concedeu entrevista, após publicação de reportagem na Folha de S.Paulo, com conversas gravadas entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Na avaliação do jornal, eles discutiriam formas para impedir o avanço da Operação Lava Jato sobre o PMDB, partido do ministro.

Jucá confirmou a conversa com o ex-presidente da Transpetro. Segundo ele, o também ex-senador Sérgio Machado foi à casa dele na hora do café da manhã para conversar sobre várias questões.

Durante a entrevista, Jucá enfatizou não ter nada a temer e que não deve a ninguém. Segundo ele, se tivesse “telhado de vidro” não teria assumido a presidência da PMDB, durante o embate com o PT para ajudar no afastamento da presidente Dilma.

“Eu estive com o presidente Michel Temer pela manhã e ele reafirmou - eu também reafirmo -  nosso apoio à Operação Lava Jato. As investigações têm que ser feitas e a punição a quem quer que seja, e que tenha algum tipo de responsabilidade”, disse.

“Não perco um minuto do meu dia de preocupação com a Operação Lava Jato”, destacou.

Segundo ele, não há a mínima chance de interferência do Executivo sobre qualquer tipo de investigação.

“Até porque ela é procedida de dentro do Poder Judiciário. Tanto na Justiça Federal do Paraná, quanto no Supremo Tribunal Federal, que são poderes independentes”, afirmou.

Ele destacou o apoio dado à recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mesmo quando havia “resistências no Senado Federal”.

Jucá disse que Janot faz um excelente trabalho e o Ministério Público deve ter autonomia para investigar “quem quiser e quem precisar de investigação”.

O ministro defendeu que as investigações sejam céleres e sem proteger “quem quer que seja”. Ele disse que convocou a coletiva para repelir qualquer interpretação dada pelo jornal, no que diz respeito aos diálogos com Sérgio Machado.

Segundo ele, os diálogos fazem parte de uma conversa extensa e não podem ser avaliados como frases soltas divulgadas pela reportagem.

“As conversas que fiz com o senador Sérgio Machado são de domínio público. Tenho dito o que disse permanentemente em entrevistas e em debates”, declarou.

De acordo com a reportagem, em um dos trechos da gravação, Jucá disse que “tem que mudar o governo para poder estancar essa sangria”.

Ao ser questionado sobre o trecho, ele disse que estava se referindo ao cenário da economia do país, e não a uma paralisação da Lava Jato.

O ministro disse que tem uma posição clara e cristalina sobre o assunto. Garantiu que não deixou de apoiar a presidenta Dilma por conta da questão econômica.

Defendeu o afastamento da presidenta e a mudança de governo, porque entendeu que existia uma paralisação política e econômica devido à Operação Lava Jato.

"O governo tinha perdido as condições de governar. O eixo do governo era a preocupação com a Operação Lava Jato e as ações que dela decorriam. Seria impossível governar dessa forma,” disse.

Acompanhe tudo sobre:Ministério do PlanejamentoOperação Lava Jato

Mais de Brasil

Brasileira desaparecida após acidente em vulcão na Indonésia foi localizada, diz família

Pressionado pelo Congresso, governo acelera liberação de emendas parlamentares

Barroso busca consenso entre ministros do STF no julgamento da responsabilização das redes sociais

Previsão do tempo: frente fria derruba temperaturas e traz risco de temporais em São Paulo